EDNARDO, HUMBERTO TEIXEIRA, EVALDO GOUVEIA
E BNB, AGRACIADOS COM A MEDALHA LAURO MAIA

AURA EDIÇÕES MUSICAIS
Rio de Janeiro, 22 de novembro de 2005
Redação Aura

No dia 22 de novembro de 2005, a Câmara Municipal de Fortaleza, outorgou a mais alta comenda do poder no plano cultural, aos compositores e autores: Ednardo, Evaldo Gouveia e Humberto Teixeira (in memoriam), representado por sua filha, a atriz Denise Dumont, e à Instituição Banco do Nordeste através do Centro Cultural Banco do Nordeste, por sua parte de atividade voltada à música e cultura, representada pelo seu Presidente Roberto Smith. A iniciativa partiu do vereador Guilherme Sampaio.



       Evaldo Gouveia, Ednardo, Roberto Smith (representando a Instituição BNB), Denise Dumont (representando Humberto Teixeira)

No Plenário da Câmara Municipal de Fortaleza, com a presença do público em geral, políticos de vários partidos da esfera municipal e estadual, representantes de indústrias cearenses, diretores de estabelecimento de ensino e amigos e parceiros de Ednardo bem como parentes e admiradores da obra de Humberto Teixeira e Evaldo Gouveia, Lauro Maia, e staff do Banco do Nordeste e Centro Cultural BNB.

Ednardo agradeceu a outorga da medalha e a presença de todos e principalmente dos parceiros musicais, com os quais dividiu o prêmio.

" ... também quero registrar presenças especiais de meus parceiros, com os quais divido e agradeço a honra, com orgulho de sermos companheiros nesta parte de nossa caminhada musical..." 

Entre os parceiros de Ednardo estavam presentes: Fausto Nilo, Augusto Pontes, Rodger Rogério, Tânia Cabral, Calé Alencar, Rogério Soares, Régis Soares; produtores e empreendedores da área artística e cultural: Cláudio Pereira (ex-Presidente da Funcet), Guto Benevides (Superintendente de TV), Hélio Santos, Odar Viana; políticos, entre os quais: Arthur Bruno, Guilherme Sampaio, Tim Gomes, Helder Couto, Gelson Ferraz; representante da família de Lauro Maia: Stelio Marinho Maia; escritor Flávio Paiva; representantes de empresas: M.Dias Branco e J. Macedo; representantes da Prefeitura Municipal de Fortaleza e Governo do Estado do Ceará, e do Centro Cultural Banco do Nordeste.
Logo após, teve sessão musical no Auditório da Câmara Municipal, com Calé Alencar cantando músicas de Ednardo, Evaldo Gouveia, Humberto Teixeira, Lauro Maia, além de suas próprias composições, junto a banda e componentes do Maracatu Nação Fortaleza. 



Ednardo recebe a Medalha Lauro Maia e Certificado de Outorga
das mãos dos vereadores Helder Couto e Gelson Ferraz, respectivamente



A mais alta comenda do poder no plano cultural
 da Câmara Municipal de Fortaleza

E D N A R D O
Texto apresentado por - Flávio Paiva

José Ednardo Soares Costa Sousa nasceu em Fortaleza a 17 de abril de 1945, contando atualmente com mais de 300 músicas e letras gravadas, distribuídas em 15 discos originais, 11 discos de compilações, 2 trilhas musicais para teatro, 4 trilhas musicais de cinema, 2 vídeos em especiais de TV, 8 Participações em Coletâneas, 4 Participações em discos de Artistas Cearenses e o reconhecimento do público e da crítica especializada como um dos mais importantes artistas da Música Popular Brasileira. Sua obra abrangente toca e repercute em várias gerações com vigor criativo e forte poder de comunicação, próprios de quem realiza arte íntegra, vital e necessária a pessoas de todas as nacionalidades e parâmetros musicais. Consagrado em todo o Brasil, suas músicas são divulgadas de forma espontânea em vários países e continentes: Europa, Américas do Norte, Sul e Central, e Países Orientais.

Músico, compositor aos 7 anos, iniciou estudos de piano clássico e começou a compor peças de sua autoria, para espanto de seus mestres. Seus pais, professores Oscar e Ester, ofereceram acesso a clássicos da música, literatura, poesia e ao universo da cultura popular dos cordéis e cantorias, junto à música contemporânea de sua infância e adolescência com sólida consistência artística.

Poeta, humanista, músico de formação e intuitivo multi-instrumentista, sua obra vai do telúrico ao cosmopolita e universal. Formado em Química pela Universidade Federal do Ceará, dedica-se também a pinturas e desenhos, atividade desenvolvida junto à música desde a adolescência.

Operário da Petrobrás enquanto estudante universitário, Ednardo mantém com a Música, Cinema, Teatro e Artes Plásticas, parceria intensa. Adolescente, participou de grupo de Teatro em Fortaleza; como Ator em Cinema, destacou-se no filme Luzia Homem, interpretando o personagem Poeta de Cordel; Cineasta roteirizou, produziu e dirigiu o filme Cauim, projetado em shows realizados no ano de 1978, junto ao lançamento do disco homônimo. Realiza trilhas musicais originais de Cinema. Em sua extensa bagagem, registram-se músicas para Teatro e grande quantidade de músicas e letras inéditas.

Em 1970, conquistou o primeiro lugar no II Festival Nordestino da Música Popular com Beira Mar, gravada em 1972 por Eliana Pittman, obtendo grande êxito nacional. Nesse mesmo ano, Ednardo participou do VII Festival Internacional da Canção, no Maracananzinho, com a canção Bip-Bip (Ednardo/Belchior). Realizou shows no circuito universitário de São Paulo e atuou no programa Proposta, da TV Cultura de São Paulo, com Belchior, Rodger Rogério e Teti. Em 1973 lançou o primeiro disco – Meu Corpo, Minha Embalagem, Todo Gasto na Viagem, conhecido como Pessoal do Ceará, com Rodger Rogério e Teti. Desse trabalho destacam-se as músicas: Terral e Beira Mar de Ednardo, ambas de sucesso nacional e até hoje em catálogo.

Em 1974, gravou o primeiro disco-solo O Romance do Pavão Mysteriozo, com o qual é consagrado em todo o Brasil e internacionalmente com a inclusão da música-título do disco como tema de abertura da novela Saramandaia, de Dias Gomes, marco da Teledramaturgia Brasileira.

Em 1975, participou do Festival Abertura, da TV Globo com a canção Vaila (Ednardo/Brandão). Nos anos seguintes, os discos Berro-76, O Azul e o Encarnado-77, inserem a obra de Ednardo de forma definitiva na história da Música Popular Brasileira, ressaltando ser ele um dos mais criativos, populares e consistentes autores de sua geração. Suas composições, também gravadas por intérpretes consagrados e cada vez mais pela nova geração, demonstram a abrangência de sua obra. Parabéns Ednardo.

Discografia Básica

  • Pessoal do Ceará - Ednardo, Amelinha, Belchior – 2002
  • Única Pessoa – 2001
  • Rubi – 1991
  • Libertree – 1985
  • Ednardo – 1983
  • Terra da Luz – 1982
  • Imã – 1980
  • Massafeira (Disco Duplo) – 1980
  • Ednardo – 1979
  • Cauim – 1978
  • O Azul e o Encarnado – 1977
  • Berro – 1976
  • O Romance do Pavão Mysteriozo – 1974
  • Pessoal do Ceará - Meu corpo minha embalagem todo gasto na viagem – 1973

Trilhas Musicais de Cinema - Originais em Cinema

  • Calor da Pele – 1994
  • Luzia Homem – 1987
  • Tigipió – 1985
  • Cauim – 1978

Trilhas Musicais de Teatro - Originais em Teatro

  • Putz - A Procura do Sol – 1978
  • Cidade dos Artesãos – 1975

Compilações

  • Ednardo – 2005
  • Ednardo – 2002
  • Ednardo - 2001
  • Ednardo - Brilhantes (2ª edição) – 1999
  • Ednardo - Autêntico – 1998
  • Ednardo - Grandes Sucessos – 1998
  • O Melhor de Ednardo – 1998
  • Ednardo - Brilhantes – 1994
  • Ednardo - Mitos & Músicas – 1994
  • Ednardo - Acervo Especial – 1993
  • O Melhor de Ednardo - 1982.

Participações em Coletâneas

  • Geração Nordeste – 2005
  • 70 Anos de Música Brasileira – 2005
  • Trilhas de Novela - Saramandaia - 2002
  • O Melhor de 80 - 1980
  • Norte Forte – 1999
  • Brasil 76 – 1976
  • Saramandaia – 1976
  • Festival Abertura – 1975

Participações em discos de Artistas e Produções – Ceará

  • Chico Pio - 2004
  • Luciano Maia - 2003
  • Nonato Luiz - 2002
  • Rogério Soares e Régis Soares - 1998
  • Lauro Maia - 1997


Diploma do Certificado da Medalha Lauro Maia



Ednardo, Calé Alencar, Evaldo Gouveia
Momento de união de gerações musicais


Ednardo na Celebração de Coroação - Maracatu Nação Fortaleza
junto a Guilherme Sampaio e Evaldo Gouveia


Denise Dumont na Celebração de Coroação
Maracatu Nação Fortaleza


Denise Dumont (filha de Humberto Teixeira)
junto a Ednardo, Calé Alencar, Guilherme Sampaio


Evaldo Gouveia, Ednardo, Roberto Smith, Denise Dumont, Tim Gomes, Arthur Bruno, Stelio Maia, Calé Alencar, Guilherme Sampaio 

Outras medalhas e comendas importantes, outorgadas à Ednardo

  • Medalha Boticário Ferreira - 1995 - Câmara Municipal de Fortaleza
    Vereador Durval Ferraz

  • Honra Ao Mérito - 1995 - Fundação Cultural de Fortaleza 
    Presidente da Funcet - Fundação Cultural de Fortaleza - Cláudio Pereira

  • Honra ao Mérito - 1984 - Universidade Federal do Ceara - UFC
    Reitor da UFC - Marcondes Rosa

  • Honra Ao Mérito - 1970 - Festival Nordestino da Música Brasileira
    Diários e Rádios Associados - TV Tupi

 
Medalha Boticário Ferreira - 1995 - Câmara Municipal de Fortaleza

 

MÚSICA EM TOM MAIOR

JORNAL DIÁRIO DO NORDESTE
Fortaleza - Ceará, 22 de novembro de 2005
Matéria Condensada, com observações AURA
HENRIQUE NUNES


MEDALHA LAURO MAIA
(22/11/2005)

Dia da Música, de Lauro Maia, Humberto Teixeira, Evaldo Gouveia, Ednardo. Na noite de hoje, a Câmara Municipal de Fortaleza renova seu vínculo com esse ritual de apreciação pública. A Medalha Lauro Maia, este ano entregue aos compositores citados acima, volta a fazer parte da rotina da cidade, dando esperança de que esse prazer seja cada vez mais ampliado, entre o xote, o maracatu, a MPB, o samba, o hip hop, o rock, a música eletrônica e até mesmo, claro, o baião.

Criada em 1993, por iniciativa do vereador Artur Bruno e do cantor e compositor Calé Alencar, a Medalha Lauro Maia foi entregue, em 1994, à Fundação de Cultura de Fortaleza, ao cantor e compositor Calé Alencar, ao compositor Paurillo Barroso (in memoriam); em 95, à Escola de Música do Ancuri, ao Arquivo Nirez, ao cantor e compositor Belchior e ao autor da música do hino de Fortaleza, Antônio Gondim (in memoriam); em 96, à Casa Christiano Câmara, ao percussionista Danúbio Barbosa Lima (grupo 4 Ases e 1 Coringa), ao violonista Aleardo Freitas (in memoriam). Nos anos seguintes, sua entrega foi interrompida, precisando do empenho da Comissão de Educação, Cultura e Desporto da Câmara de Vereadores, presidida pelo vereador Guilherme Sampaio, para que ela voltasse a ser efetivada.

Neste ano, além de Evaldo Gouveia, Ednardo, Humberto Teixeira (in memoriam), a medalha mantém a tradição e premia uma instituição com atividades voltadas à música, o Banco do Nordeste, graças ao rol de atividades desempenhadas ao longo dos últimos anos, através do Centro Cultural Banco do Nordeste.
A solenidade de entrega da Medalha Lauro Maia acontece no plenário da Câmara, numa cerimônia com a presença da atriz Denise Dumont, filha de Humberto Teixeira, de Ednardo, de Evaldo Gouveia,
e com um show de Calé Alencar em torno do repertório de Lauro Maia, Ednardo, Evaldo Gouveia, Humberto Teixeira, com os músicos Luiz Duarte (bateria), Carlos Patriolino (violão e bandolim),  Edmundo Jr (baixo), e componentes do Maracatu Nação Fortaleza.

Lauro Maia, nasceu em Fortaleza/Ce., (1912-1950), é o patrono desta homenagem, compositor de sucesso nos anos 40 e 50, tendo músicas gravadas por Orlando Silva e João Gilberto, entre outros. Sua atração pela música cearense cedo despertou seu interesse em modernizá-la, criando então o “balanceio”, entre músicas como “Marcha do Balanceio”, gravada pela dupla Joel e Gaúcho. No Rio de Janeiro, foi atração dos principais cassinos da cidade. Sua primeira composição “Eu vi um leão” gravada em 1942, pelo grupo 4 Ases e 1 Coringa, também responsável pelo sucesso de “Trem de Ferro”, marcha que se tornou uma de suas maiores referências (gravada inclusive por João Gilberto, 1961), ao lado de “Só uma Louca Não Vê”, composta com o cunhado, Humberto Teixeira, gravada por Orlando Silva, em 1945.

Divulgação
Lauro Maia - Patrono da Medalha
Compositor de sucessos nacionais nos anos 40 e 50

Humberto Teixeira, nasceu em Iguatu/Ce., (1915-1979) teve formação musical precoce e nos anos 30 radicou-se no Rio para estudar Medicina e continuar compondo, vencendo concursos de marchas carnavalescas, enquanto abandonava a Medicina em favor do Direito. Tornou-se principal defensor dos direitos autorais brasileiros, como deputado federal e diretor da União Brasileira de Compositores. Em 1945, conhece Luiz Gonzaga, tornando-se seu principal parceiro. A dupla criaria o ritmo do baião, síntese mais popular de vários ritmos regionais, a partir da gravação de “Baião”, pelo 4 Ases e 1 Coringa, disseminando sucessos como “Asa Branca”, “Assum preto” e “No meu pé de serra”. Autor de “Deus me perdoe”, com Lauro Maia, “Adeus, Maria Fulô”, com Sivuca, de “Kalu” e da célebre “Sinfonia do Café”.
Evaldo Gouveia, nasceu em Iguatu/Ce., músico aos 19 anos, tocando em rádios locais, formou em 1950, o Trio Nagô, com Mário Alves e Epaminondas de Souza, bem-sucedido nas noites cariocas, suas músicas começaram a ser gravadas no final dos anos 50, pelos intérpretes: Nelson Gonçalves, Nora Ney, Alaíde Costa, Miltinho, Agnaldo Rayol, Cauby Peixoto, Moacyr Franco, Wilson Simonal, Jair Rodrigues, Ângela Maria, Dalva de Oliveira, Gal Costa, Simone e Altemar Dutra, principalmente após formar a dupla com Jair Amorim, compôs mais de 150 sambas-canções, “Alguém me disse”, gravado por Anísio Silva nos anos 60. Evaldo Gouveia vive no Rio de Janeiro.

Ednardo, nasceu em Fortaleza/Ce., atualmente, também mora no Rio de Janeiro, cidade para onde se mudou nos anos 70, com o sucesso nacional e internacional do grupo Pessoal do Ceará. A seu lado, no grupo, Rodger, Téti e ainda Fagner e Belchior.
É autor de grandes sucessos repletos de cearensidade, sob a marca do ritmo do maracatu: “Pavão Mysteriozo”, “Terral”, “Longarinas”, “Artigo 26”, “Beira-Mar”, “Palmas pra dar Ibope”, e vários outros de seu importante repertório de mais de trezentas músicas, também cantadas por grandes intérpretes contemporâneos e da nova geração.