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EDNARDO - O ROMANCE DO PAVÃO MYSTERIOZO
- FICHA TÉCNICA
-
Gravação Original em LP - (VIK) RCA Victor - 1974
090010
Lançado em CD - BMG - 2001
7432188353-2
FICHA TÉCNICA
Supervisão Geral - Osmar Zandomenigui
Coordenação Geral - Antonio de Lima
Coordenação Artística e Direção de Estúdio - Walter Silva
Técnicos de Som - Stelio Carlini / G. João Kibelkstis (Joãozinho) / Edgardo Alberto Rapetti
Técnicos de Mixagem - Walter Lima / Edgardo Alberto Rapetti
Fotos - Gerardo Barbosa Filho
Direção de Arte das Capas - Tebaldo
Desenhos - Ednardo
Gravação e Mixagem - Estúdio A da RCA em São Paulo - 16 Canais
MÚSICOS
Arranjos e Regências - Hareton Salvanini / Heraldo do Monte / Isidoro Longano
Sobre idéias de arranjos musicais de Ednardo
Violão e Percussões - Ednardo
Viola e Guitarra - Heraldo do Monte
Flauta e Sax Tenor - Isidoro Longano (Bolão)
Banjo - Luiz de Andrade
Contra Baixo (Acústico e Elétrico) - Gabriel J. Bahlis
Bateria - Antonio de Almeida (Toniquinho)
Tímpanos - Ernesto de Lucca
Tumbadoras - Rubens de S. Soares
Percussões - José Eduardo P. Nazário / Jorge H. Silva / Dirceu S. de Medeiros (Xuxu)
Piano Cravo (elétrico) - José Hareton Salvanini
Flauta / Pícolo - Demétrio S. de Lima
Flauta / Sax Alto - Eduardo Pecci
Clarinete - Franco Paioletti
Oboé - Benito S. Sanchez
Baixo Tuba - Drausio Chagas
Pistons - Sebastião J. Gilberto (Botina) / Settimo Paioletti
Trombones -Roberto J. Galhardo / Antônio Secato
Violoncelos - Ezio Dal Pino / Flabio Antonio Russo
Violinos - Jorge G. Izquierdo / Oswaldo J. Sbarro / Caetano D. Finelli / Dorisa Soares
Antonio F. Ferrer / German Wajnrot / Alfredo P. Lataro / Joel Tavares
Participação Especial - Amelinha no Vocal da faixa "Ausência"
Texto do Encarte
Uma capa é uma EMBALAGEM um ENVO-LUCRO. Que não traduz satisfatoriamente o que está dentro dela, e mesmo porque nem precisa ser assim.
O Pavão é uma coisa bonita que "voa". "Voa" assim como eu enxerguei que ele voasse. Quando li o romance tudo estava daquele jeito -> escrito.
Todas as piruetas que o rapaz fez para livrar a moça do castelo do conde, resultaram num sentimento final anti-repressivo, livremente bonito, sem preocupações, porque o começo de cada coisa já contêm o seu fim.
E eu topei fazer este disco assim, como uma estória, para que ele se impregnasse e fosse irmão desse mesmo sentimento final:
O Vôo, o Rapaz, a Moça, o Pavão, (e eu), sem assumir nenhuma pose * "fox-lórica" e/ou ** "folclórica".
O desenho do pavão foi um jogo de paciência, minha atividade lúdica enquanto o disco não vinha, enquanto não dava o carneiro.
* "fox-lore" - vide música Rodger / Dedé Evangelista
** "folclore" - vide dicionário
- CARNEIRO
-
Ednardo / Augusto Pontes
Amanhã se der o carneiro
O carneiro
Vou m'imbora daqui pro Rio de Janeiro
Amanhã se der o carneiro
O carneiro
Vou m'imbora daqui pro Rio de Janeiro
As coisas vem de lá
Eu mesmo vou buscar
E vou voltar em vídeo tapes
E revistas supercoloridas
Pra menina meio distraída
Repetir a minha voz
Que Deus salve todos nós
E Deus guarde todos vós
- AVIÃO DE PAPEL
-
Ednardo
Vai meu filho vai
Que Deus lhe dê
Boa sorte, fortuna e felicidade
Não tem segredos
Vai que esta província muito tem a ver
Com a cidade
Um pouco mais alargada talvez
Mas não tenha medo não
Só não esqueça que esse céu de anil
É muito grande pra voar
E mesmo assim avião de papel
Não é fácil de se pilotar
Só não esqueça de voltar pra ver
O que restou desse lugar
Que o sol e a chuva
E os homens práticos
Vão modificar
Vai meu filho vai
Que eu lhe dou essa medalha assim
Como seu avô me deu
Mas a força maior, você sabe
Está em você que nasceu
Só não se esqueça de vir para abraçar o mar
E nós que vamos vivendo
Descendentes diretos do galã lusitano - o Moreno
A gente sente saudades
É labareda, brasa e cinza
- MAIS UM FREVINHO DANADO
-
Ednardo
No espaço curto
Desse passo louco
Vou sair um pouco
Pra esquecer o triste
Se eu te encontrar pelo meio desse povo
Vou pensar de novo que a alegria existe
Se eu te encontrar pelo meio desse fogo
Vou pensar de novo que a alegria existe
Sim eu vou sair fantasiado de alegria por aí
Mas na quarta feira a gente vê
Que é mentira meu sorriso sem você
Sim eu vou sair fantasiado de alegria por aí
Mas na quarta feira a gente vê
Que é mentira meu sorriso sem você
- CURTA METRAGEM
-
Rodger Rogério / José Evangelista (Dedé)
Tu lembras, a rua estreita, estrada tão antiga
E eu mostrava a ti uma cantiga
Uma cantiga antiga do lugar
Na rua, na paz da lua um sonho se fazia
E sem querer então eu esquecia
Que já não temos tempo pra sonhar
Sorrias, e a tua voz a cada instante amiga
A um só tempo, em um abraço estreito
Fazia a vida, o violão e um jeito de se fazer amar
Sorrias, e a tua voz, estranha estrada, amiga
Perdeu-se ao longe na partida
E não ficou ninguém em teu lugar
- AUSÊNCIA
-
Ednardo
No meio do dia não venha tentar quebrar meu encanto
Não venha chorar, por enquanto
Meus olhos de olhar, de olhar querem ver o que há
Não venha me encher de mistérios
Não vou prometer ficar sério
Não venha, não venha tentar quebrar meu encanto
Não venha chorar, por enquanto
Não venha me encher de mistérios
Não, não vou prometer ficar sério
Não venha estragar meu prazer
Não, não vou prometer
Não venha estragar
Enquanto durar
No meio da noite não posso deixar
Não posso deixar de sair
Se você quiser pode vir
Não quero mudar minha sorte
No meio da noite não posso deixar
Não posso deixar de sair
Se você quiser pode vir
Não quero mudar minha sorte
Se a morte, se a morte vier me encontrar
Ela sabe que estou entre amigos
Se a morte, se a morte vier me encontrar
Ela sabe que estou entre amigos
Falando da vida, falando da vida
Falando da vida, e bebendo num bar
Falando da vida, falando da vida
Falando da vida, e bebendo num bar
- VARAL
-
Ednardo / Tânia Cabral
No varal a roupa ao vento
E no vento a voz da rua
E na rua o transitar
Gente apressada a passar
Na parede o calendário
No calendário outro dia
E no dia a mesma espera
De nada esperar um dia
No umbral da porta já torta
A sombra, o sombrio olhar
E no olhar coisas mortas
Que ninguém virá velar
O assovio, o assalto
O assunto a semana inteira
Na esquina, no bar, na feira
E a roupa no seu varal
E esse dia tão normal
Tão normal, tão normal
No umbral da porta já torta
A sombra, o sombrio olhar
E no olhar coisas mortas
Que ninguém virá velar
- DOROTHY LAMOUR
-
Petrúcio Maia e Fausto Nilo
Dorothy Lamour, com amor te matei
Sereia, na areia do cinema
Dorothy Lamour, com ardor te adorei
No drama da primeira fila
Adorei, no drama, o teu sabor azul
Estranho como a primeira
A primeira coca-cola
Era miragem, fantasia de um mundo blue
E eu fui chorar na areia Dorothy Lamour
Por que sangrar meu nativo coração do sul
Ai eu fui naufragar em teus olhos de mar azul
A tua cor, o teu nome, mentira azul
Tudo passou, teu veneno teu sorriso blue
Ai, hoje eu sou, água viva dos mares do sul
Não quero mais chorar, te rever Dorothy Lamour
- DESEMBARQUE
-
Ednardo
Não me dê
Aquele abraço sem jeito
De quem quer consolar
Não vá tentar
Conseguir meu sorriso
Na hora em que quero chorar
Eu só queria saber
Onde se encontrava
Aqueles sonhos
Que a vida inteira a gente sonhava
E descobri de repente
Sumindo até se perder
Aquelas coisas que a gente
Jura nunca esquecer
- TREM DO INTERIOR
-
Ednardo / Fausto Nilo
Meu corpo sabe melhor
Do nosso abismo noturno
Amiga
Daquela noite comprida
Que poderia ser
Simplesmente dormida
À boca da noite
Dei com a tua beleza
Não contava com o raio de sol
E a luz forte no lençol
Que clareou tua face
Amanhecendo
Meus passos estão sem norte
Pra recompor serei forte
A tua primeira imagem
Meu corpo sabe melhor
Daquele abismo noturno
Meu coração viaja
Num trem do interior
Meu corpo sabe melhor
Do nosso abismo noturno
Do nosso abismo noturno
Amiga
- ALAZÃO (CLARÕES)
-
Ednardo / Brandão
De qualquer jeito é cedo
De qualquer jeito há medo
De qualquer jeito
A força vem do braço
Ou da palavra sai
Corre
Toca o alazão, meu pai
Na poeira cinzenta, o sol
E o cavalo vai
Na poeira cinzenta, o sol
E o cavalo vai
Estrela branca na testa, alazão
Me veste de perneira e gibão
Arranca meu sorriso do chão
Abre os meus braços na imensidão
Qualquer soluço é pressa
Qualquer dinheiro é pouco
Qualquer desejo é reza
Qualquer promessa só da boca sai
Corre
Toca o alazão, meu pai
Na poeira cinzenta, o sol
E o cavalo vai
Na poeira cinzenta, o sol
E o cavalo vai
Há um direito e um torto, cavalo ê
Eu não estou bem morto, cavalo ê
Corre na areia, no vento, cavalo ê
No mato seco do tempo, cavalo ê
Pula da torre da igreja
Pula por cima da mesa
- A PALO SECO
-
Belchior
E G#m
Se você vier me perguntar por onde andei
A B7
No tempo em que você sonhava
E G#m
De olhos abertos lhe direi
A B7
Amigo eu me desesperava
C#m F#m B7 E
Sei que assim falando pensas que esse desespero é moda em 73
C#m F#m B7 E
E eu ando um pouco descontente desesperadamente eu falo em português
E G#m A B7
Tenho vinte e cinco anos de sonho e de sangue e de América do Sul
E G#m A
Mas por força do meu destino um tango Argentino
B7
Me pega bem melhor que um blues
C#m F#m B7 E
Sei que assim falando pensas que esse desespero é moda em 73
C#m F#m B7 E
Eu quero é que esse canto torto feito faca, corte a carne de vocês
- ÁGUA GRANDE
-
Ednardo / Augusto Pontes
A primeira vez que eu vi São Paulo
Da primeira vez que eu vim São Paulo
Fiquei um tempão parado
Fiquei um tempão parado
Esperando que o povo parasse
Esperando que o povo parasse
Enquanto apreciava a pressa da cidade
A praia de Iracema
Veio toda em minha mente
Me banhando da saudade
Me afogando na multidão
Eu vim São Paulo
Se afogando na multidão
Eu vi São Paulo
Janeiro e nada
Fevereiro e nada
Marçabril e águagrande despencou
Um aviso de chuva me chamou
Marçabril e águagrande despencou
Um aviso de chuva me chamou
Adeus São Paulo
Está chovendo pras bandas de lá
Também estou com pressa
Está chovendo pras bandas de lá
- PAVÃO MYSTERIOZO
-
Ednardo
A
A G D A E
Pavão mysteriozo, pássaro formoso, tudo é mistério nesse teu voar
A G D
Ah, se eu corresse assim, tantos céus assim
A E A
Muita história eu tinha prá contar
F#m B F#m
Pavão mysteriozo nessa cauda aberta em leque
Dm Am E7
Me guarda moleque de eterno brincar
Am Dm
Me poupa do vexame de morrer tão moço
Am E A A4 A5- A4
Muita coisa ainda quero olhar
REFRÃO
F#m Am Am/G
Pavão mysteriozo, meu pássaro formoso
G C
No escuro desta noite me ajuda a cantar
Am Dm
Derrama essas faíscas, despeja esse trovão
Am E A A4 A5- A4
Desmancha isso tudo que não é certo não
A G D
Pavão mysteriozo, pássaro formoso
A E
Um conde raivoso não tarda a chegar
A A7 D Dm
Não temas minha donzela, nossa sorte nessa guerra
A E A
Eles são muitos mas não podem voar
EDNARDO - INGAZEIRAS - PESSOAL DO CEARÁ
MEU CORPO MINHA EMBALAGEM TODO GASTO NA VIAGEM - PESSOAL DO CEARÁ
- FICHA TÉCNICA
-
terceira capa - LP 1983 e CD - 1994 e 2001 - 178911-2
Gravação Original em LP - Continental - 1973 - SLP - 10.094
Meu corpo minha embalagem todo gasto na viagem-Pessoal do Ceará
Ednardo, Rodger Rogério, Tetty
Relançado em LP - Continental - 1976 e 1983 - com capa e título diferentes
Ednardo E o Pessoal do Ceará - LP 1.01.404.274
Lançado em CD Continental/Warner Music 1994/2001- capa e título diferentes: Ednardo - Ingazeiras - E o Pessoal do Ceará -CD 17891-2
(veja abaixo outras capas dos títulos)
FICHA TÉCNICA
Direção de Produção - Walter Silva
Técnico de Som e Mixagem - Luiz Roberto Marcondes
Fotos da Capa- Sérgio Segall / Kimihiko Kato
Fotos Internas - Dirceu Côrte-Real
Direção de Arte das Capas - Oscar Paolilo
Gravação e Mixagem - Estúdio Scatena em São Paulo - em Novembro de 1972
MÚSICOS
Arranjos e Regências - Hareton Salvanini
Sobre idéias de arranjos musicais de Ednardo e Rodger Rogério
Violões - Ednardo / Rodger Rogério
Viola e Guitarra - Heraldo do Monte
Piano / Sintetizador- José Hareton Salvanini
Programador do Sintetizador - Aloísio de Paula Jr.
Contra Baixo - Gabriel Jorge Bahlis
Bateria - Antonio de Almeida (Toniquinho)
Tumbadoras / Ritmos - Rubens de Sousa Soares
Ritmos - Mário Alves de Oliveira
Flauta e Sax Tenor - Isidoro Longano (Bolão)
Flauta e Sax Alto - Demetrio Santos Lima
Piccolo - Rosario Domenico Giuseppe de Carla
Oboé / Trompa - Francesco Pezzela
Pistãos - Sebastião José Gilberto (Botina) / Geraldo Aurieni
Trombones - Severino Gomes da Silva / Renato Cauchioli / Arlindo Bonadio
Trombone Baixo - Iran Fortuna
Violino Spala - Elias Sion
Violinos - Jorge Gisbert Izquierdo / Caetano Domingos Finelli / Mario Tomassoni / Dorisa Aparecida T. de Castro Soares / Jorge Salim Filho /
Antonio Felix Ferrer / German Wajnrot / Alfredo Paulo Lattaro / Joel Tavares
Violas - Michel Verebes / Yoshitame Fukuda
Violoncelos - Ezio Dal Pino / Flabio Antonio Russo
Copista - Ricardo Morato de Carvalho
- INGAZEIRAS
-
Ednardo
G Bm
Nasci pela Ingazeiras
C
Criado no ôco do mundo
Meus sonhos descendo ladeiras
A7
Varando cancelas
D
Abrindo porteiras
G
Sem ter o espanto da morte
Bm    Em
Nem do ronco do trovão
C A7 D
O sul, a sorte, a estrada me seduz
C D     G
É ouro, é pó, é ouro em pó que reluz
C
É ouro em pó, é ouro em pó
D G Em
É ouro em pó que reluz
C   A7 D G
O sul, a sorte, a estrada me seduz
(Cifrada por Paulo César Lira)
- TERRAL I
-
Ednardo
( D G/D )
D G/D
Eu venho das dunas brancas
D C
Onde eu queria ficar
G D
Deitando os olhos cansados
F A7
Por onde a vida alcançar
D C
Meu céu é pleno de paz
G D
Sem chaminés ou fumaça
G D
No peito enganos mil
F A7 D
Na Terra é pleno abril
Em A7 D A7
Eu tenho a mão que aperreia, eu tenho o sol e areia
D  A7 D
Eu sou da América, sul da América, South America
Em A7 D A7 D
Eu sou a nata do lixo, eu sou o luxo da aldeia, eu sou do Ceará
G D A7 D
Aldeia, Aldeota, estou batendo na porta prá lhe aperriá
A7 D G
Prá lhe aperriá, prá lhe aperriá
D A7 D G
Eu sou a nata do lixo, eu sou o luxo da aldeia, eu sou do Ceará
D A7 D
A Praia do Futuro, o farol velho e o novo são os olhos do mar
A7 D G
São os olhos do mar, são os olhos do mar
D A7 D G
O velho que apagado, o novo que espantado, vento a vida espalhou
D A7 D
Luzindo na madrugada, abraços corpos suados na praia fazendo de amor
Comentário de Ednardo sobre Terral:
Esta música e letra, é de quando eu estava chegando em São Paulo / 1972,
com saudades de minha terra, fazendo uma leitura à distância do que ela
representa. Mas também é tradução da identidade humana com seu local de
origem e pontos de interligações de vivências, aprendizados e momentos
afetivos.
E na essência, é a vontade humana do sentimento cidadão do mundo, de ir
sem fronteiras.
O verbo aperrear, no sentido de se medir mútuamente " de bater na porta "
- para emitir e receber códigos de relações, possibilidades e momentos
únicos de se encontrar e crescer.
- CAVALO FERRO I
-
Fagner
G
Montado num cavalo ferro
D7 Eb°
Vivi campos verdes, me enterro
  Em
Em terras trópico-americanas
BM
Trópico-americanas, trópico-americanas
C9 Cm9 G F# F E
E no meio de tudo, num lugar ainda mudo
A7
Concreto ferro, surdo e cego
D7
Por dentro desse velho, desse velho
G
Desse velho mundo
G
Pulsando num segundo letal
D7 Eb°
No planalto central
Em
Onde se divide, se divide, se divide
Bm
O bem e o mal
C9 Cm9
Vou achar o meu caminho de volta
G F# F E
Pode ser certo, pode ser direto
A7 D7
Caminho certo sem perigo, sem perigo
G
Sem perigo, sem perigo fatal
- CURTA METRAGEM
-
Rodger Rogério / José Evangelista (Dedé)
Em baixo das marquizes
Nem tristes, nem felizes
Olhando a chuva cair
Não há nada pra ser feito
Está tudo, tudo tão direito
A noite vem chegando
Um ônibus parando
A vida, a vida é mesmo normal
Será que ninguém sabe
Aquilo, aquilo que não cabe
Nas folhas, nas folhas, nas folhas de jornal
Nas folhas, nas folhas, nas folhas de jornal
Primeiro, uma atitude
Segundo, algo que mude
Terceiro, ação, ação de mudar
Porém nada acontece
Um táxi, um táxi aparece
Melhor, bem melhor, melhor se desculpar
Melhor, bem melhor, melhor se desculpar
Melhor, bem melhor, melhor se desculpar
- FALANDO DA VIDA
-
Rodger Rogério / José Evangelista (Dedé)
No meio do dia não venha tentar quebrar meu encanto
Não venha chorar, por enquanto
Meus olhos de olhar, de olhar querem ver o que há
Não venha me encher de mistérios
Não vou prometer ficar sério
Não venha, não venha tentar quebrar meu encanto
Não venha chorar, por enquanto
Não venha me encher de mistérios
Não, não vou prometer ficar sério
Não venha estragar meu prazer
Não, não vou prometer
Não venha estragar
Enquanto durar
No meio da noite não posso deixar
Não posso deixar de sair
Se você quiser pode vir
Não quero mudar minha sorte
No meio da noite não posso deixar
Não posso deixar de sair
Se você quiser pode vir
Não quero mudar minha sorte
Se a morte, se a morte vier me encontrar
Ela sabe que estou entre amigos
Se a morte, se a morte vier me encontrar
Ela sabe que estou entre amigos
Falando da vida, falando da vida
Falando da vida, e bebendo num bar
Falando da vida, falando da vida
Falando da vida, e bebendo num bar
- DONO DOS TEUS OLHOS
-
Humberto Teixeira
Num te esqueça qu'eu sou dono dos
teus 'zóio'
Faz favor de num espiar pra mais ninguém
Esse azul cor de promessa dos teus 'zóio'
Faz 'quarquer' cristão gostar de tu também
Que Nosso Senhor perdoe os meus ciúmes
Quando penso em cegar os 'zóios' teu
Pra que eu, somente eu seja o teu guia
Os 'zóio' dos teus 'zóio'
A luz dos 'zóio' teu
Num te esqueça que sou dono dos teus 'zóio'
Faz favor de num espiar pra mais ninguém
Esse azul cor de promessa dos teus 'zóio'
Faz 'quarquer' cristão gostar de 'tu' também
Que Nosso Senhor perdoe os meus ciúmes
Quando penso em cegar os 'zóios' teu
Pra que eu, somente eu seja o teu guia
Os 'zóio' dos teus 'zóio'
A luz dos 'zóio' teu
- PALMAS PRA DAR IBOPE
-
Ednardo/Tânia Araújo
Palmas pra dar ibope
Palmas pra dar ibope
Palmas pra dar ibope
Bate, bate, bate, bate
O desassossego, ronda nossa aldeia
As nuvens cativas
E canções radioativas
O desassossego ronda nossa aldeia
Orações e a teia de súbitas virtudes
Céus, celuloses, celulites tropicais
As elites e os demais
Rondam nossa aldeia
Sons, megatons, de uns versos obscenos
A vingança e o veneno rondam nossa aldeia
Mas tanto faz
- BEIRA MAR
-
Ednardo
Na Beiramar
Entre luzes que lhe escondem
Só sorrisos me respondem
Que eu me perco de você ( Bis )
Você nem viu
A lua cheia que eu guardei
A lua cheia que eu esperei
Você nem viu, você nem viu ( Bis )
Viva o som, velocidade
Forte, praia, minha cidade
Só o meu grito nega aos quatro ventos }
A verdade que eu não quero ver } ( Bis )
Na Beiramar
Entre luzes que lhe escondem
Só sorrisos me respondem
Que eu me perco de você
E o seu gosto
Que ficando em minha boca
Vai calando a voz já rouca
Sem mais nada pra dizer ( Bis )
E eu fugindo de você
Outra vez me desculpando
É a vida, é a vida }
Simplesmente e nada mais } ( Bis )
E um gosto
De você que foi ficando
E a noite enfim findando
Igual a todas as demais
E nada mais ( Bis )
- SUSTO
-
Rodger Rogério
O que nos importa que se feche a
porta
Por esse caminho ninguém quer passar
É muito grande a dor, um sofrimento enorme
Um susto
O que nos importa que se feche a porta
Por esse caminho ninguém quer passar
É muito grande a dor, um sofrimento enorme
Um susto
Que se fechem as contas bancárias
Que se fale de bem ou de mal
Que se brinque na areia da praia
Que se retorne ao planalto central
Que se fechem as contas bancárias
Que se fale de bem ou de mal
Que se brinque na areia da praia
Que se retorne ao planalto central
Nada disso importa, alegria morta
Nada disso importa, alegria
Por ela sentiu febre a noite inteira
Saiu e não deu bolas pra ninguém
Por ela sentiu febre a noite inteira
Saiu e não deu bolas pra ninguém
Pela menina lá da rua da virada
- A MALA
-
Rodger Rogério / Augusto Pontes
Teus
olhos cansados de ver o mundo
Teus olhos molhados de ver o mundo
Teus olhos cansados de viver no mundo
Meus olhos molhados de viver no mundo
Meus olhos parados no meio do mundo
Mil olhos olhados no canto da sala
Do mundo onde vou
Nossos olhos guardados dentro da mala
Do mundo onde estou
Nos olhos, olhares sem ver o mundo
Mil mundos rodando no canto da sala
Na sala mortiça, a mala piscando
Na sala a preguiça da mala no canto
A mala estende seu manto na sala
A sala se cala no canto da mala
Mil olhos se flecham no canto da sala
Da sala
Sentado, sentido, ouvido, perdido
Comovido, comedido, com que digo, consentido
Áspera a espera
Aspirina, aspirando, respirando, suspirando
Vendendo, vendado, vedando
Pisca, piscando, preguiça, na sala, na mala
Fumaça azul, luz, luz e lágrimas
No nicho, no luxo no lixo
Num minuto escuto, lato e luto
Vendo, só vendo, sorvendo, vendendo
Vendido na mala perdido
Num canto da sala
Voz mansa de criança
Dança e trança a esperança
No embalo da mala, embalagem vendendo
Vedando, minhas portas, meus sentidos
Minha chave, meu segredo, mil cuidados, não ter medo
Pisca, pisca, em ti e em mim, coisas assim
Coisas assim e edcétera
E edcétera, e edcétera
- HISTÓRIA DO DISCO
-
Texto da Capa Interna Dupla -1 - (Ednardo e Rodger Rogério).
Impossível dizer como tudo começou. Poderíamos partir dos shows do Instituto de Física da Universidade Federal do Ceará (1965). Poderia ser a Escola de Arquitetura, que tornou-se (1966) o ponto de realização das "tertúlias-etílico-lítero-musical e badernosas". Poderia ser o Bar do Anísio, onde se bebia todas as fossas, todas as alegrias e se aguardava o sol...
Poderia também ter começado com os galos e cangaceiros de Aldemir Martins, ou os dragões do Chico da Silva... os contos do Juarez Barroso... teria começado no singular movimento revolucionário, sério, satírico, cultural e de danações em geral da "Padaria Espiritual" (1892-1898), ou ainda na Academia Francesa de Letras (a primeira nacional), ou já mais recentemente no movimento de teatro.
Aderbal Jr. - José Humberto - B. de Paiva - Carlos Paiva - João Falcão - Haroldo Serra. O que se sabe, é que, na década de 60, mais especificamente no ano de 1968, deu-se uma avalanche de poesia - Yeda Estergilda - Brandão. De música e pintura. Uma verdadeira algazarra de criação. A partir daí, a ânsia de mostrar, de registrar. As peças e os shows ficavam restritos quase que completamente ao âmbito da Universidade.
Braguinha - Rodger Rogério - Edson - Petrúcio - Dedé - Augusto Pontes (a quem pertencem as palavras da capa deste disco e as que encerram este texto), Fausto Nilo - Pepe.
Começou-se a "inventar" as caravanas culturais para o interior, para outros estados e até para o exterior. Cláudio Pereira - Antonio Carlos - Sérgio Pinheiro. Descobriu-se o apelo popular dos festivais de música - "Festival do G.R.U.T.A." , "Festival de Música Popular - Aqui do Canto" - "Festivais Nordestinos de MPB" - e daí, aos programas de televisão. (TV Ceará - Canal 2) e então a vontade de Rio e São Paulo.
Luiz Fiúza - Ricardo Bezerra - Lauro Benevides - César Rousseau - Pretextato - Gustavinho - Tânia Araújo - Xica - Alba - Olga - Tetty - Manoel Ferreira - Ray Miranda - Amelinha - Fatinha - Vavá - Cirino - Fagner - Jorge Mello - Ednardo - Belchior - Sérgio Costa - Augusto Borges - João Ramos - Miguel da Flauta - Descartes - Gonzaga Vasconcelos - Neide Maia - Mauro Coutinho - Ivan Prudêncio - Guilherme Neto (Guiba) - Paulo Limaverde.
Os anônimos e os esquecidos.
Todos esses nomes também fazem parte do "Pessoal do Ceará". Uns ficaram, outros saíram. Alguns para Rio-São Paulo, outros, optaram por uma estada em Brasília ... Mesmo que digam que não, Lauro Maia e Luiz Assunção estão neste disco.
Texto da Capa Interna Dupla - 2 - (Augusto Pontes)
"Meu corpo, minha embalagem, todo gasto na viagem. Enfim comemos muito a cultura nacional e sempre querendo que a "comida" fosse melhor.
Continuamos nesse banquete, mas, começamos a botar os pratos na mesa, para distribuir o nosso angu ..."
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Texto da Capa Interna Dupla -3 - (Walter Silva).
Era um sábado. Sábado à tarde e o rádio mostrava uma das mais inteligentes entrevistas. Nela, Júlio Lerner mostrava ao público de São Paulo um novo grupo. Como não houvesse uma marca, ainda para esse grupo, ele era designado a cada intervalo como Pessoal do Ceará.
E no dia seguinte já moravam nos ouvidos da gente a nova informação e o quase susto que as composições e as interpretações dos meninos nos passara.
O mesmo produtor levou-os à televisão, onde o grupo tomou parte num dos mais inteligentes programas de São Paulo: "Proposta". Apresentados ao grupo por Moracy Do Val, adotamos a "cidadania musical" cearense de hoje. E eis o disco pronto.
Nosso trabalho foi todo feito com o mesmo amor e carinho como se tecem os lindos bordados que esta capa estampa.
Ponto a ponto movidos pelos bilros da amizade fomos nos juntando. Hareton Salvanini, este excelente maestro-cantor-compositor que até agora, vinha trabalhando em publicidade e em trilhas sonoras para cinema e televisão, também juntou-se a nós e como eles faz aqui a sua estréia em disco ... a renda vai ficando cada vez maior, que só será completa se você também entrar nela.
Rodger Rogério e Tetty, são casados e pais de dois lindos filhos. Ele professor de Física da USP, não aparenta os vinte e oitos anos que tem. Ela, com aquela voz pequena e incrivelmente afinada, é a "estrela" deste grupo. Todos os desvelos são para Tetty, importante revelação musical deste ano.
Ednardo é talvez, o mais habituado com as transas todas do ambiente, uma vez que até produção de programas musicais já fez. Tem vinte e sete anos e tem mais identificação com o grande público, ao primeiro ouvir, por serem suas obras agitadas e comunicativas, nem porisso menos importantes do que as do Rodger Rogério.
O Pessoal do Ceará, não é um conjunto vocal. É um grupo de novos mensageiros que, cada um à sua maneira, dá o recado mais importante desta temporada.
PS.: INGAZEIRAS foi feita para Aldemir Martins. A MALA foi gravada exclusivamente por Tetty e Hareton que toca piano, órgão, sintetizador e faz o
vocal inicial. Em BEIRA-MAR note-se a participação de Tetty.
Nota - Aura Edições - Por decisão da gravadora, sem conhecimento dos artistas e editores, nos lançamentos das fabricações posteriores, este disco com o mesmo repertório original e artistas, possuem títulos de capas e artes gráficas diferentes.
No disco original o título é: "Meu corpo minha embalagem todo gasto na viagem - Pessoal do Ceará". Nos posteriores, os títulos de capa e artes gráficas são: "Ednardo E o Pessoal do Ceará"; e "Ednardo - Ingazeiras - E o Pessoal do Ceará".
Ao indagarmos sobre mudanças de artes gráficas e títulos de capa, a gravadora informou que o contrato da gravadora com artistas, prevê possibilidade de alteração de arte gráfica e títulos das capas a seu exclusivo critério, em relançamentos...
BERRO
- FICHA TÉCNICA
-
Gravação Original - RCA Victor - 1976
1030163
Lançado em CD pela BMG - 2001
7432180304-2
FICHA TÉCNICA
Direção Artística - Osmar Zan
Produzido por Vanderley Zandomenighi
Coordenação - Marcelo Duran
Produção - Antonio de Vicenzo
Técnicos de Som - Edgardo Rapetti / Stélio Carlini / Walter Lima
Mixagem - Edgardo Rapetti
Corte - José Oswaldo Martins
Fotos - Mario Luiz Thompson
MÚSICOS
Arranjos - Ednardo / Mário Henrique
Hareton Salvanini em "Vaila"
Ednardo / Mário Henrique / Cirino em "Classificaram"
Violão / Piano - Ednardo
Violão - Cirino
Acordeon / Órgão - Edson Távora
Violas - Heraldo do Monte / Manassés / Antenor
Guitarra - Frederico Fredera
Cavaquinho - Poli
Contra Baixo - Mário Henrique / Gabriel Bahlis em "Vaila"
Bateria - Murilo
Percussões - Eduardo Nazário / Rubens de Souza (Rubão)
Flauta transversal / flauta doce / Sax Tenor - Isidoro Longano (Bolão)
Flauta Transversal - Sion
Oboé / Corn Inglês - Francesco Pezzela
Pistons - Botinão / Felpudo
Trombones - Arlindo / Bill
Cordas - Elias Sion / Caetano Fineli / Gisbert Izquierdo / Jorge Salin
Mário Tomasoni / Felix Ferrer / Sbarro / Paulo Lattaro
Michel Perez / Yoshitame Fukuda / Loriano / Flábio Russo / Nadir / Renato
Coro - Eloá / Verinha / Lurdinha / Maria Aparecida
Texto da Contra Capa
O eterno é embaraçoso e difícil / A fugacidade das coisas me fascina e me mete medo / Mas eu sei que existe sempre um recomeçar / Assim como recomeça o mar no levante das ondas / Então se no peito de cada um existe o incontido berro / Pra que ser só ouvidos? / No espelho desse passado, minha imagem não contente em somente horrorizar-se com as rugas / Quebrou o cristal em muitas arestas / Onde cada uma dela, dá um tipo de corte / Que é um tipo de festa ou um tipo de fresta / Por onde escapo da morte / O eterno é embaraçoso e difícil / A fugacidade das coisas me fascina e me mete medo / Mas eu sei que, onde se imagina fim de caminho / Está plantado o marco de uma nova e possível estaca zero.
Ednardo
- BERRO
-
Ednardo
Os novos, os novos
Corações aos pulos
As novas, as novas
Transações e sustos
As velhas câmeras não fotografam minha emoção
As velhas câmeras não fotografam minha emoção
Sentados num banquinho alto
Microfone e violão
Quilografados comportadamente, somos umas vacas
Retalhados neste açougue, atenção!
Os novos, os novos
Patins, coxão e filé
As velhas coisas
Pelancas, ossos, quem quer?
Do boi só se perde o berro
Só se perde o berro e é
Justamente o que eu vim apresentar
Justamente o que eu vim apresentar
- ARTIGO 26
-
Ednardo
Intr : (G,F)
(G,F)
Olha o padeiro entregando o pão, de casa em casa, entregando o pão
F
menos naquela, aquela não
G C D G
pois quem se arrisca a cair no alçapão
G D
Anavantú, anavantú, anarriê
C D G
nêpadêqua, nêpadêqua, padê burrê
G7 C
iguali tê, fraterni tê e liber tê
D G
merci bocu, merci bocu não ha de que
(G,F)
Rua Formosa, moça bela a passear palmeira verde e uma lua a pratear
F G
e um olho vivo, vivo, vivo a procurar
C D G
mais uma idéia pro padeiro amassar
(G,F)
Você já leu o artigo 26 ou sabe a história da galinha pedrês
F G
e me traduza aquele roque para o portugûes
C D G
a ignorância é indigesta pro freguês
(G,F)
Você queria mesmo, ser um sanhaçú fazendo fiu e voando pelo azul
F G
mas neste jogo lhe encaixaram, e é uma loucura
C D G
lá vem o padeiro pão na boca é o que ti cura
- FRANCISCANA
-
Ednardo / Roberto Aurélio
Ô Chica de cana chinela
Chacoalha o chocalho
Xarope pra Chica sair num pinote
Cantando à galope na beira do mar
Ô Chica de cana chinela
Chacoalha o chocalho
Xarope pra Chica sair num pinote
Cantando à galope na beira do mar
Franciscana cinzenta, cinzana Francisca
Franzida na cinta com fita de chita
O cheiro pimenta de alho cascalho
O choro no molho de folha cidreira
E o malho no mundo
E o mundo na boca
E este chove e num molha
- PASSEIO PÚBLICO
-
Ednardo
(G Bb C G/D Am G)
G Bb
Hoje ao passar pelos lados
C G/D Am G
Das brancas paredes, paredes do forte
G Bb C
Escuto ganidos, ganidos, ganidos, ganidos
G/D Am G
Ganidos de morte
Gm Gm7
Vindos daquela janela
Gm D7
É Bárbara, tenho certeza
Gm Gm7
É Bárbara, sei que é ela
Gm D7
Que de dentro da fortaleza
G Bm
Por seus filhos e irmãos
C G/D Am G
Joga gemidos, gemidos no ar
G Bm
Que sonhos tão loucos, tão loucos, tão loucos
C G/D Am G
Tão loucos foi Bárbara sonhar
Gm Gm7
Se deixe ficar por instantes
Gm D7
Na sombra desse baobá
Gm Gm7
Que virão fantasmas errantes
Gm D7
De sonhos eternos falar
G Bm
Amigo que desces a rua
C G/D Am G
Não te assustes, não passes distante
G Bm
Procura entender, entender
C
Entender o segredo
G/D Am G
Desse peito sangrante
- LONGARINAS
-
Ednardo
Faz muito tempo que eu não vejo o verde
Daquele mar quebrar
Nas longarinas da ponte velha que ainda não caiu
Faz muito tempo que eu não vejo o branco
Da espuma espirrar
Naquelas pedras com sua eterna briga com o mar
Uma a uma as coisas vão sumindo
Uma a uma se desmelinguindo
Só eu e a ponte velha teimam resistindo
A nova jangada de vela
Pintada de verde e encarnado
Só meu mote não muda
A moda não muda nada
O mar engolindo lindo
A antiga praia de Iracema
Os olhos grandes da menina lendo os meus
O meu mais novo poema
E a lua viu desconfiada
A noiva do sol com mais um supermercado
Era uma vez meu castelo entre mangueiras
E jasmins florados
E o mar engolindo lindo
E o mal engolindo rindo
Beira mar ê , ê Beira mar
Ê maninha, ê maninha
Arma aquela rede branca
Arma aquela rede branca
Arma aquela rede branca
Que eu vou chegando agora
- ABERTURA
-
Ednardo
Alguém colocou um novo ingrediente na ração
E no pacato terreiro formou-se enorme confusão
Eu já desconfio que essa algazarra em alguma vai dar
Pois a bicharada toda do terreiro
Já tem outra maneira de cantar
Quém, quém, quém, pó dó pó
Corocó-có có có có
Pó pó pó pó pó o Pato
Porque todo o pato
Tem que cantar alegremente
Alegremente cantar o pato e toda a gente
Alegremente o pato é
Alegremente o pato está no tucupí no tacacá
Comeram o pato
- VAILA
-
Ednardo / Brandão
Belo este corpo belo nu com entretelas
Te de metal levas
Cans cansado
Belo este corpo belo nu com entretelas
Te de metal levas
Cans cansado
Fetabre es esta febre solta
Fetabre es esta febre solta
Vobe turno savadale canscansada levas
Cabelos turvos
Lírica esta orgia lenta
Lenta húmus e cristal
Lírica esta orgia lenta
Lenta húmus e cristal
Zir (zsh) sisudo torto
Não, não, sisudo morno
Torto impecável mão e gesto
Lá vai, lá vai lá
Vaila
Baila
Baila
- CLASSIFICARAM
-
Ednardo / Brandão
Classificaram se classificaram
Se ficaram classe
Classigualaram, classiportaram, classiscutaram
Classi, classi si classificaram
Ficaram sem de sem
De se, de sem
De si, de juventude
E aventura de si, de sem, de se avontadar
Em For qualquer cor po quer lugar
Em For qualquer cor po quer lugar
Pra ver o há inda há ou que é que há de há
Pra ver o há inda há ou que é que há de há
Há de há
Basta o lam pejo inda inquietarde
Ou coragem de se espeda sarar
Basta o lam pejo inda inquietarde
Ou coragem de se espeda sarar
Em qual sonho sacri quersofício
Em qual sonho sacri quersofício
Basta o lam pejo inda inquietarde
Ou coragem de se espeda sarar
- PADARIA ESPIRITUAL
-
Ednardo
Nessa nova padaria espiritual
Nessa nova palavra de ordem geral
Eu faço o pão do espírito
E você cuida do delito
De comer, de comer
Onde e como cometer
De comer, de comer
Onde e como cometer
Coma tudo, tudo o que você puder
Arrote e coma você mesmo até
Consuma tudo em suma
Definitiva e completamente
Na destruição somente deste absurdo aniquilamento
É que talvez surja um outro novo momento
Na destruição somente deste absurdo aniquilamento
É que talvez surja um outro novo momento
Um outro novo momento
Um outro novo momento
- SONIDOS
-
Ednardo
Cantando o catavento cala o tempo
Que incessantemente roda, gira sem perdão
Gemendo o catavento chora ao vento
Que inocentemente passa a vida em suas mãos
Teus cabelos graúna, tentando o vôo
Tremendo as asas e pairando
Pairando sobre mim
Teus olhos dois grandes lagos
Serenos, serenos
Onde bebo toda a tua sede e me embriago e me enveneno
Tua boca papoula enfebrecida
Molhada pelo sereno
Vermelha, papoula viva
Tuas mãos uma carícia do vento
Arrepio, arrepio
Sofreguidão
Teu corpo, susto moreno
Surpresa solta e sonidos
Sonidos e medo da solidão
- ESTACA ZERO
-
Ednardo / Climério
Cada braça de caminho
Um soluço de saudade
Toda vereda de roça
Vai descambar na cidade
E a gente fica sereno
Desconhecendo o destino
E com um sorriso besta
De quem sabe onde chegar
Em cada prédio ou palmeira
Luz de neon ou luar
Elevador, capoeira
A gente vai se assustar
Mas faz de conta que sabe
Que tem um canto da estrada
Chamado estaca zero
Onde a gente pode dizer
O rumo que quer tomar
Cada braça de caminho
Um soluço de saudade
Toda vereda de roça
Vai descambar na cidade
O AZUL E O ENCARNADO
- FICHA TÉCNICA
-
Gravação Original LP - RCA Victor - 1977
Lançado em CD - BMG - 2001
743218304-2
FICHA TÉCNICA
Direção Artística - Osmar Zan
Produção e Direção Musical - Ednardo
Técnicos de Gravação - Edgardo Rapetti / Walter Lima
Mixagem - Edgardo Rapetti / Ednardo
Capas e Encarte / Desenhos - Fausto Nilo / Dado / Maxim
Foto - Mario Luiz Thompson
MÚSICOS
Arranjos - Ednardo com ajuda de Mario Henrique
e palpites de Robertinho de Recife e Túlio Mourão e Murilo
Hareton Salvanini em "Maresia"
Violão e Percussões - Ednardo
Guitarra / Viola Portuguesa / Cítara - Robertinho de Recife
Baixo e Percussões - Mário Henrique
Piano e Teclados (arp strings) - Túlio Mourão
Viola de 10 cordas em "Maresia" - Manassés
Flautas Transversal e Bloch - Isidoro Longano - (Bolão)
Cordas - Elias Sion / Caetano Fineli / Gisbert Izquierdo / Jorge Salin
Mário Tomasoni / Felix Ferrer / Sbarro / Paulo Lattaro
Michel Perez / Yoshitame Fukuda / Loriano / Flábio Russo / Nadir / Renato
Bateria / Ritmos / Percussões - Murilo
Percussões - Mauro
Coro: Coral da Eloá / Canarinhos Liceanos (de Petrópolis)
Vozerio - Rosane Limaverde / Robertinho de Recife / Mário Henrique / Ednardo
Vocal - em "Pastora do Tempo" - Fagner
- ESTÁ ESCRITO
-
Ednardo
Está escrito
No grande livro da sabedoria popular
Que primeiro se deve viver
Que é pra depois poetar
Que primeiro se deve viver
Que é pra depois poetar
Se arme de amor e coragem
Que a minh'arma eu nunca embainho
Se arme de amor e coragem
Como a rosa se arma no espinho
Na tragédia, poesia, na prosa
Tem picada feroz e carinho
Se arme de amor e coragem
Que a minh'arma eu nunca embainho
Que a minh'arma eu nunca embainho
- PASTORA DO TEMPO
-
Ednardo
EDNARDO - (particip. especial vocal - Fagner)
O cavaleiro do medo
Usa do ouro a razão
Pra ofuscar os meus olhos
E confundir minha emoção
Não sabe que a luz que me guia
É da estrela que irradia
A linda pastora do tempo
Que guarda o meu povo eterno
E livre o meu pensamento
Quem faz a história da vida
Com ela rompeu as entranhas do chão
Quem quer saber do que está escondido
Procura no fundo dos olhos do povo
E dentro do seu coração
Vão com o vento as palavras
São como pombos-correio
Mas estão sempre atrasadas
Pois o seu vôo é lento
E o meu pensamento é ligeiro
- SOMOS UNS COMPOSITORES BRASILEIROS
-
Ednardo
Somos uns compositores brasileiros
E como você é, é a nossa canção
Somos uns compositores brasileiros
Like you, nossa voz
Aprendemos com a classe média
Que vida vira um tédio
Sem a televisão
Aprendemos com a alta classe
A gostar do vinho
E a comer faisão
Somos uns compositores brasileiros
Like you, nossa voz
Mas quem me ensinou essa tristeza
Sangra coração
- BOI MANDINGUEIRO
-
Ednardo / Brandão
Boi mandingueiro que vem lá do Maranhão
Viajando de terceira
Nos ombros do caminhão
Boi mandingueiro que vem lá do Maranhão
Viajando na canseira
Nos braços do caminhão
Chegando de madrugada
Na chapada de cimento
Procurando com os olhos
O que não é fingimento
Assustado de ver o medo
No olhar do companheiro
Procurando saber do segredo
Desse curral grande de gado sem boiadeiro
Dorme no chão
O silêncio do boi mandingueiro
Dorme no altar
A dança desse boi mandingueiro
Dorme na praça
A saudade do boi mandingueiro
Na biblioteca
Olha o chifre do boi mandingueiro
E na escola
Dorme a pinta do boi mandingueiro
E lá no alto
Tá tudo que é do mandingueiro
Tudo que quer ser mandingueiro
E não vê o mandingueiro chegar
Tudo que quer ser mandingueiro
E não vê o mandingueiro passar
Com seu colar de prata
Com sua pinta preta
Com seu requebrado
Fazendo uma careta
- CHEROS E CHOROS
-
Ednardo
Quando você pisca seus olhos
E tenta me envolver em sua teia
Quando você me mostra seus fatos
E faz de minha vontade o papel
Onde escreve seus recados
Quando você me faz escutar
Sua voz acima do meu próprio medo
É que percebo como é perto
Do ódio, o amor que lhe tenho
Eterno drama desse segredo
Mas meu coração não se aflinge
Com essa louca incoerência
Que existe dentro dele
Pois por muito ter vivido de paixões
Quase nada sabe delas
- RECEITA DA FELICIDADE
-
Ednardo
Ultimamente ando as vezes preocupado
Vendo as caras tão risonhas das crianças
Nas fotos dos anúncios
Nos cartazes da parede
Dando idéias que algo vai acontecer
É receita certa pra sensibilizar
Pra esconder, pra mentir ou pra vender
Veja as caras tão risonhas
Tão lindinhas, tão risonhas
Nos jornais, nas paredes, nas tv's
Eu não gosto desses dedos que me apontam
Eu não gosto dessas frases que me dizem
-"O futuro deles está em suas mãos..."
Pois é seu Zé, sei não
Não esqueço que algum dia fui risonho
Com u'a carinha bonitinha pra valer
Quem guardou o meu futuro
Quem guardou o meu futuro
Quem guardou o meu futuro - me dê
- COMO É DIFÍCIL NÃO TER 18 ANOS
-
Ednardo
Com é difícil não ter 18 anos
Como é difícil não ter 18 anos
E percorrer a via sacra do meu corpo
Sem essa inocência que me guarda
E acreditar que eu escolho a minha roupa
E acreditar que eu escolho os meus ídolos
E acreditar que ainda sonho os meus sonhos
E pensar que eu mando em vida
E achar que mesmo assim o céu é azul
Com é difícil não ter 18 anos
Como é difícil não ter 18 anos
E guardar a semente da esperança
Nas canções que aprendi assim
- ARMADURA
-
Ednardo
Mistura os frutinhos da mata
Com o canto da juriti
E me dá um abraço acochado, morena
Que fale o teu amor por mim
E deixa o dia amanhecer
E deixa a barra clarear
Que o nosso suor com o sol do segredo
Nos deram armadura contra o mal e o medo
Herdamos um chão
Mas no entanto pra o caminho ser nosso
Temos que pisar
E o que faz o meu passo ligeiro
É o fruto da espera
Que brilha em nosso olhar
- MARESIA
-
Ednardo
A calmaria da cidade é geral
É geral, é geral
E a maresia que molhou a minha pele
Rimou com a canção pra este carnaval
Nada me resta a não ser tua beleza
E a incerteza do que vai ser de mim
Por isso basta dessas coisas sérias
Fica combinado se cantar assim
Ó meu amor que fazes aí parada
Se tu tens toda a calçada
E o mundo pra correr, pra correr
Cuidado que a morte abriu a janela
Hoje mesmo eu passei por ela
E vim depressa te dizer
E vim depressa te dizer
- FÊNIX
-
Ednardo
Fluindo, o sonho, a sina e o som
brotando da minha boca
Esculpindo no barro moreno do corpo
o ferro brutal da vida
Negando o frágil sopro do corpo
com o duro cinzel do espírito
Inventando o necessário movimento
movimento necessário invertendo
pra não estar morto
Xaxando, sambando, frevando
ou sem saber dançar direito
renascer das cinzas
- FIO DA MEADA
-
Ednardo
E quem perdeu o fio da meada
Será que pode parar sem sentir nada
E quem perdeu o fio da meada
Será que vai parar sem sentir nada
No meio do tempo ficou
O meio da gente parado
Metade de um lado e do outro
Contra-metade, viu
No meio da corda do tempo
O meio do pé no espaço
Metade da sombra do grito
Meia cidade, viu
Metade da asa do anjo
Um olho, chifre e narina
Meio-dia, meia aspirina
Meio copo d'água e limão
Meio fio, meia sereia
Meia lua, meio sermão
E quem perdeu o fio
E ficou no meio, ficou no meio
Ficou no meio, ficou
- IDÉIAS
-
Ednardo
Porque esta vida
É sempre um desfilar safado de idéias
E neste jogo, eu não escondo o jogo
E jogo até a minha
A minha cara já não aguenta
De tanto supapo e papo e papo
Tem sempre alguém
Vendendo o mesmo peixe
Dizendo que é fresco
Será que alguém já desconfiou
Como eu desconfio
Que sempre se repete, se repete, se repete
Mas pouca gente cria
CAUIM
- FICHA TÉCNICA
-
WEA / Warner - 1978 - LP - BR 36.074
Lançado em CD Warner Music - 082 741418-2
FICHA TÉCNICA
Direção Artística - Marcos Mazola
Produzido por Guti Carvalho
Técnicos de Gravação - Carlos Duttweller / Vitor
Estúdio de Gravação - Transamérica - Rio de Janeiro
Mixagem - Guti Carvalho / Carlos Duttweller / Ednardo
Assistente de Produção - Gastão
Auxiliares de Estúdio - Franco / Cláudio
Capa e Desenhos - Brandão
Foto da Capa - Mario Luiz Thompson
Foto da Contra Capa - Francisco Régis
Arte Final - Ruth Freihof
MÚSICOS
Arranjos - Ednardo / Pepeu Gomes / Wilson Cirino
Violões - Ednardo / Pepeu Gomes / Wilson Cirino
Violão Sétimo - Waldir (Novos Baianos)
Guitarra Acústica - Pepeu Gomes (Novos Baianos)
Bateria - Jorginho (Novos Baianos)
Contra Baixo - Luiz Carlos Tolentino - Ife
Baixo Tuba - Teles
Percussões - Sérgio Boré / Jorge José
Todas Músicas Editadas por - Aura Edições Musicais Ltda.
Exceto: Rasguei o teu retrato
Nota - Aura Edições Musicais - Acima o detalhe gráfico da capa dupla interna do LP, desenho do parceiro Brandão. Este disco gravado em 1978, no auge das discotecas, música eletrônica e eletrificadas, foi um dos primeiros discos desta geração artística brasileira, utilizando somente instrumentos acústicos.
- CLAREOU
-
Ednardo
Clareou, clareou, clarear
Zarpou a barca menina
Todos querem navegar
O horizonte segreda
Querendo a barca do dia
E eu que me quero vento
Canto canções maresia
Roendo a cruel cadena
Que ancora a nau da alegria
Enquanto brinco de brisa
Nos cachos de minha pequena
Clareou, clareou, clarear
Zarpou a barca menina
Todos querem navegar
As canções estão soltas no ar
E sendo vento eu quero cantar
Por destino, ofício, ou paixão
Assobio entre as pedras que guardam
Ouvidos atentos
E choro de tão contente
Se o fogo vejo espalhado
Clareando o infinito espaço
Do pensamento
- MEU VIOLÃO É UM CAVALO
-
Ednardo
Meu violão é um cavalo
Bicho afoito, livre e ligeiro
Meu violão é um cavalo
Bicho afoito, livre e ligeiro
Sem rédea, sem eira, nem beira, nem cela
Meu companheiro, só te conquiste aquele
Que no galope das cantigas
Usa o chicote dos versos
Abrindo claro caminho
Pro homem, seu passageiro
Quando monto teu pelo nu
E me agarro em tuas crinas
Quando monto teu pelo nu
E me agarro em tuas crinas
Sou ponta furando a vida
E por ser a que vai na frente
É a primeira a se gastar
Mas todo entrave é o atrito
Onde novamente a ponta da faca vai se afiar
Sou cantador de um incêndio maior que o fogo do sol
Sou cantador desse incêndio maior que o fogo do sol
Porque transformo e transmito
Qualquer dor que me deixa
Um travo amargo, a voz rouca
Toda a paixão que devora
Minha emoção como louca
Toda alegria que abre um largo riso em minha boca
Num instante uma cantiga
Sou cantador dos açudes, dos rios e oceanos
Percorro a terra e os ares
Sem ter o rumo traçado
Qual feito nuvem cigana
Ferro com minha palavra violão e cantoria
A vida e seus desenganos
Ferro com minha palavra violão e cantoria
A vida e seus desenganos
- AMOR DE ESTALO
-
Ednardo / Brandão
Amor de estalo eu para e falo claro
Entre nós dois existe a coisa rara
Aquilo raro e preso ao meu sentido
Como o vento que vem sem se deter
Nada parado, nada seguro, nada infinito ou puro
Nada parado, nada seguro, nada infinito ou puro
Nada parado, nada seguro, nada infinito ou puro
Nada é parado, nada é seguro, nada é infinito ou puro
Nada é parado, nada é seguro, nada é infinito ou puro
- DUAS VELAS
-
Ednardo / Brandão
Foi uma noite um mar, um musical noturno
O sopro de um vento incontrolado
Teu corpo desmanchado pelo frio
Recebeu o meu
Espinhos de um silêncio que resiste
Morrendo de queimar e não ser triste
Duas velas se tocaram
Devorando a escuridão
E a vida inteira com um só clarão
Não quero a ambição de retomar a estrada
Que estragou esse teu espanto
Espero nunca ter que te lembrar
Que ainda sinto o fogo na garganta
E ainda estou vagando como um raio
Que trêmulo pelo céu ficou parado
Desprezo o meu passado e nunca saio
Pensando em te encontrar e reviver
- RENDADOS
-
Ednardo / Tânia Araujo
A tarde quente, a varanda
Cadeira de balançar
No rosário u'a outra reza
Pra fazer o tempo passar
Toda gente tem seu dia
Rede, rumo, romaria
Pelas terras de sonhar
A manhã finda e na tarde
Nos olhos de tanta estrada
O pó de arroz, a poeira
Ensaiando escuridão
Pelo rosto de Luzia,
Rendados, sombras vazias
Carinho, canto e clarão
É fogo ou vereda escura
É sede e tanta água pura
Pelas terras de sonhar
Rios de tanta secura
Sons apagados no peito
Tange em mares o verdume
Sonho, luz, ladeira e lume
Brilhava nos olhos dela
Aquela luz que fugia
Labareda, luto ou luta
Que de repente sumia
Mas antes de ser escuro
Mil coisas de amor dizia
Mas, veio o verão, sol novo
Nas sombras da garrancheira
Renda estendida no chão
E junto a flor que outrora havia
Luzia é luz ou clarão?
Meu braço vestiu seu corpo
Seu amor despiu meu medo
Mas inda nos olhos dela
Aquela luz que fugia
A tarde quente, a varanda
Cadeira de balançar
No rosário uma outra reza
Pra fazer o tempo passar
Toda gente tem seu dia
Rede, rumo, romaria
Pelas terras de sonhar
Rosário e nas rezas fica
Zeca, tu lembra a Luzia?
Qual? Aquela que pegou um filho
De não sei quem, de não sei quem
Rede, rumo, romaria
Pelas terras de acordar
- CAUIM
-
Ednardo
Rainha preta do maracatu
Nesse teu rosto de falso negrume
Morre de gozo na renda do sol
No pano feito pelos fios d'água
Desse véu de noiva: bica do Ipú
Como uma princesa sertaneja e aflita
Num gosto vivo de suor e sal
Te entregarás em meus braços rijos
De sangue luz e de sabor letal
E eu um índio pronto para as flexas
Dos arcos tesos de uma caçada incerta
Monto no sopro do aracati
Tonto de espanto, de amor e cauim
Sou nau sem rumo
Em teu ardor imerso
E eu serei cego, como um violeiro cego
Que enxerga a vida sensitivamente
E tem na pele um olho mais agudo
Que o meu punhal de ponta
Em teu corpo quente
- BLOCO DO SUSTO
-
Ednardo
Menina, eu acordei com uma saudade
Não sei de que no meio do carnaval
Nem é quarta-feira de cinza, ainda
Mas meu corpo não dança
E aquilo que eu canto
Não me invade natural
Assim, não há carnaval que aguente
Com tanta tristeza presente
E eu quero é despencar
Despencar, despencar
Chove chuva alegria do céu
Lava o bloco do susto
Que a boca do povo
Cantará de novo
Um frevo bem legal
Canta, canta, faz um escarcéu
Mata a tristeza de susto
Te saca da Silva
Inventa a saída
Inventa, inventa Juvenal
- É CARA DE PAU
-
Ednardo / Brandão
É cara de pau
E você acha que eu posso fazer
Muito mais do que eu fiz
Ajudei essa louca a viver
E ela mesma é quem diz
Que quer me ver frito
Que quer me ver morto
Estendido no chão
Pus o bagulho de lado quebrei o estrado
E toquei fogo no colchão
A gente se amarra, aconselha os pivetes, faz até oração
Porém chega um dia que se toma uma beer
E que também se faz, a nossa confusão
Ora tenha paciência, quer me ver andar duro
E com toda a decência
Mas em sã consciência
Qualquer malandro manja
Essa falsa inocência
- TEREZINA 40 GRAUS
-
Ednardo
Troca que troca que troca
Lembranças
Contra corrente do rio,
Vai vapor
Que também sem ti
Posso navegar
E cada instante de rio
Me afasta
De cada saudade do mar
De cá, dá saudade do mar
- CANÇÃO DOS VAGALUMES
-
Ednardo
Cada um carrega sua esperteza
Cada um carrega sua certeza
Ái como é duro o fardo da tristeza
Que cada um carrega
Cada qual mostra a sua fortaleza
Cada qual mostra a sua beleza
Ái como é duro o fardo da tristeza
Que cada um carrega
Iguais estamos nessa natureza
Iguais mantemos nossa chama acesa
Mas cada qual fala com clareza
Da luz que cada um encerra
EDNARDO
- FICHA TÉCNICA
-
CBS - Epic - 1979
Ednardo - LP 235029 / Mini-tape - 15817
Sony Music - 1998
Ednardo - Série Autêntico - CD
FICHA TÉCNICA
Direção de Produção e Estúdio - Ednardo
Assistente Produção Artística - Rogério Crato
Técnico de Gravação - Toninho Marron
Mixagem - Wilson
Montagem - Alencar
Gravado nos Estúdios Transamérica - Rio de Janeiro
Fotos - Gentil Barreira
Desenho - Brandão
Arte - Carlos Enrique M. de Lacerda
Direção de Arte - Géu
MÚSICOS
Arranjos - Ednardo
Violão e Piano e Teclados - Ednardo
Sanfona - Dominguinhos
Piano - Petrúcio Maia
Guitarra e Viola de 12 - Manassés
Guitarra - Robertinho de Recife
Guitarra e Viola de 10 - Gerardo Gondim
Pífaros - Pachelli Jamacarú
Cavaquinho - Toninho Marron
Baixo - Luiz Alves / Ife / Décio Crispim / Luiz Miguel
Bateria - Tuti Moreno / Elber Bedak
Percussões - Sérgio Boré / Zizinho
Participações Especiais nos Vocais
Teti / Vicente Lopes / Simone Gadelha / Ângela Linhares
Agradecimentos Especiais
Jairo Pires / Manoel Magalhães / Dudu (Transamérica) / Augusto Pontes
Nota Aura Edições - Em 2002 foi lançado pela Sony CD com todas músicas originais do disco Imã (1980) n° 2-479268, mas com arte gráfica e foto da capa do disco Ednardo (1979), da mesma gravadora. Ao constatarmos o equívoco solicitamos correção, a gravadora optou por retirar das lojas este CD.
- A MANGA ROSA
-
Ednardo
Am
A manga rosa, Maria Rosa Rosa Maria Joana
Dm
Peitos gostosos rosados, doces
F
Rosados, doces mama, mama, mamãe
C
Teu sumo escorre da minha boca
D7
Entreaberta a porta
Por onde entra e por onde sai
G F E
Por onde entra e sai o mundo, mundo
Am
Balança a fronde farta mangueira
C
E mata a fome morto a fome ou mata, imensa mata
F
Imensa massa florados caixos de verde amarelou
Bb E Am
Maduro fruto que pro nosso gozo vem
Am/G F E Am
Amem, amem, amem, amem
Am/G F E Am
Mamem, mamem, mamem, mamem
Am/G F E Am
Amém, amém, amém, amém
- NUMA BOA
-
(Ednardo / Rogério Soares / Regis Soares / Ife)
- FLORA
-
Ednardo
Se eu pudesse pensar em ti
Sem vontade de querer chorar
Sem pensar em querer morrer
Nem pensar em querer voltar
Essa dor que eu sinto agora
É uma dor que não tem nome
Que o meu peito devora e come
E fere e maltrata, sem matar
No roçado do meu coração
Há um tempo de plantar saudade
Há um tempo de colher lembrança
Pra depois com o tempo chorar
Ô Flora, meu sertão florindo
Aflora o meu peito só
Teu amor é um fogo, é um fogo
É um fogo, é um fogo
Dos teus olhos tição
- ENQUANTO ENGOMA A CALÇA
-
Ednardo / Climério
Em Am Em
Arrepare não, mas esquanto engoma a calça eu vou lhe contar (cantar)
Am Em
Uma estória bem curtinha fácil de cantar (contar)
| Dm Am
| Porque cantar parece com não morrer
|
| B7
REFRÃO | É igual a não se esquecer
|
| E7 A7
| Que a vida é que tem razão
G
Esse voar maneiro foi ninguém que me ensinou
C
Não foi passarinho
B7
Foi o olhar do meu amor me arrepiou todinho
E7
Me eletrizou assim quando olhou meu coração
REFRÃO
Dm Am B7 E7 A7
Ai, mas como é triste essa nossa vida de artista
Dm Am
Depois de perder Vilma pra São Paulo
B7 E7 A7
Perder Maria Helena pro dentista
(Cifrada por Kaica, músico paraense)
- BRINCANDO É QUE SE APRENDE
-
Ednardo / Dominguinhos
Elvira do Ipiranga ou do Braz
Ou da Aldeota, ou de Ipanema
Ouvir é bom, duvida Elvira
Duvida Elvira, ouvir é bom
Elvira do Ipiranga ou do Braz
Ou da Aldeota, ou de Ipanema
Falar é bom, duvida Elvira
Duvida Elvira, falar é bom
Elvira do Ipiranga ou do Braz
Ou da Aldeota, ou de Ipanema
Olhar é bom, duvida Elvira
Duvida Elvira, olhar é bom
Elvira do Ipiranga ou do Braz
Ou da Aldeota, ou de Ipanema
Saber é bom, duvida Elvira
Duvida Elvira, saber é bom
- LUPISCÍNICA
-
(Petrúcio Maia / Augustos Pontes) EDNARDO / TETI
- LAGOA DE ALUÁ
-
Vicente / Ednardo / Climério
(C C7 F G C)
C F G7 C
Uma lagoa nasceu dentro do meu peito
G7 C
Pra de noitinha vir a lua espiar
Bb F
E o meu amor mergulhando dentro dela
G7 C
Nadando nela seus cabelos se molhar
E7 Am Bb F
Como é bonito ver o meu amor nadar
G F G7 C
Nessa lagoa que nasceu dento de mim
G7 C
Depois notar que de tanto se banhar
G7 C
Meu amor virou saudade e saiu no meu chorar
G7 C
Se essa lagoa fosse um copo de aluá
C7 F G7 C
Eu vivia dentro dela até me maravilhar
Am Bb F
E hoje em dia se me "alembro" da lagoa
G7 C
Sinto que a lua tá morando no meu peito
G7 C
E o seu clarão é a luz do seu amor
G7 C
E depois que me encandeia faz a luz do meu olhar
G7 C C7
E vejo claro que a lagoa que não vejo
F G7 C
É o gosto desse beijo que não posso mais beijar
(Cifrada por Kaica, músico paraense)
- TORPOR
-
Ednardo
O copo deixado sobre a mesa
Ainda guarda o sabor
Da bebida amarga que você deixou
Figuras esquecidas e antigas
Perambulam pelo o quarto
Entre saudades e mistérios de amor
E essa faca sobre a mesa corta
Como te cortam os meus versos
Eu sei, eu sei, eu sei
Um sol estampado na camisa
Não aquece um peito aflito
Gelado e entristecido de torpor
- DESCONCERTA-TE
-
Ednardo
Já foi mais, agora é menos
Mesmo que ainda queira ser muito
Esse menino caviloso fala à toa dessa alegoria
Alegre ou triste sempre vamos juntos
E você não me conhece?
Mas meu corpo e o meu verbo insiste
E resiste ao chute dos polidos sapatos
Que você disfarça em alpercatas de rabicho
Meus dedos pisados nessa violência
Sangraram nos gumes das pedras
Que você nunca sacou
Sacou, sacou?
E ainda tocam a desarmonia desse acordar
E minha voz lampeja nas manhas
Desse poluído lar
Luminando raios, luminando raios
Que antes tarde do que que nunca
Acontece coração
Tece e trança tua teia, meu irmão
Mas desconcerta-te tudo
Que garante o fácil, a falsa calmaria
Dessa atitude sadia
Longe de tudo vadia
Minha emoção
Vamos até o fim
- ARAGUAIA
-
Ednardo
Quando eu me banho no meu Araguaia
E bebo da sua água sangre fria
Bichos caçados na noite e no dia
Bebem e se banham eles são comigo
Triste guerrilha companheiro morto
Suor e sangue, brilho do corpo
Medo só
Mas se o corpo desse pó é pó
Um círio da luz dessa dor
Violento amor há de voar
- PELO CORAÇÃO DO BRASIL
-
Ednardo
(C G/D Am)G
G G D
A gente é mais forte na paz dos teus braços, donzela
C G/D Am G
Mas se é preciso - "Se és en la guerra"
D C B
Eu vi, eu vi, eu vi
D C G
Quando eu vim viajando pelo o coração do Brasil
C G/D Am G
Eu vi, que ia ser assim
D C G
Na lama na luz do momento eu vi
D C G
Eu vi, eu vi, eu vi
D C G
Quando eu vim viajando pelo coração do Brasil
D C G/D Am G
Eu vi, que ia ser assim
D C G
Tudo junto de novo, um trabalho novo
D C G
De verbo, de veracidade do povo
D C G
Intrigante e inteiro como um ovo
D C G
Eu vi, eu vi, eu vi
D C G
Quando eu vim viajando pelo coração do Brasil
D C G/D Am G
Eu vi que ia ser assim
D C
Cada qual no seu caminho
G
No seu eu cada qual
D C
Cruzando altiplanos centrais
G
Em veloz montaria
D C G
Ficou claro que clareou o terreiro do dia
D C C G/D Am G (C G/D Am) G
E como cheguei primeiro, canteia a cantoria, ah, ah, ah
G D
Na procissão desses homens nessa guerra
C G/D Am G
Santa Maria Mãe Terra | BIS
C G/D Am C G/D Am C G/D Am
Chora de horror, chora de horror, chora de horror
D
E nessa hora Senhora, Nossa Senhora
C G/D Am G
"Sucite" meus cavaleiros cantantes | BIS
C G/D Am C G/D Am
Quais quixotes, quais chicotes
C G/D Am G
A estalar em nossos momentos
C G/D Am C G/D Am C G/D Am C G/D Am G
Ah, ah, ah ah, ah, ah ah, ah, ah ah, ah, ah, ah
(Cifrada por Kaica, músico paraense)
MASSAFEIRA
- FICHA TÉCNICA
-
CBS - 1980
LP DUPLO - 144426-7
Mini tape - 23007
Compacto Duplo - GP 974
FICHA TÉCNICA
Direção Artística de Produção e Estúdio - Ednardo
Co-produção - Augusto Pontes
Coordenação Musical - Rodger Rogério / Petrúcio Maia / Stélio Valle
Assistentes de Produção Artísticas - Rogério Crato / Dudu Praciano
Gravado nos Estúdios da CBS - Rio de Janeiro
Fotos - Gentil Barreira / Lise Torok / Francisco Régis
Desenhos Gráficos - Brandão
Arte - Vanda Alves Ferreira
Direção de Arte - Géu
Agradecimentos Especiais - A todos que deram fé e força.
A todos que deram fel e mel.
MÚSICOS
Arranjos e Regências - Grupais
Violões - Ednardo / Rodger Rogério / Sid / Régis Soares / Stelio Valle / Lázaro
Guitarras - Robertinho de Recife / Manassés / Gerardo Gondim / Will
Violas - Manassés / Gerardo Gondim
Bandolim - Zé Maia
Teclados (Piano) - Ednardo / Túlio Mourão / Petrúcio Maia / Antonio Adolfo
Alano de Freitas / Ferreirinha (Francisco Casaverde)
Sanfona - José Américo
Flautas - Tarcísio / Renato Neves
Contra Baixos - Ife / Luiz Miguel / Ronald / Lázaro
Baterias - Tuti Moreno / Rui Motta / Elber Bedaque / Stone
Percussões - Sérgio Boré / Zizinho
Coro Massafeira - Ângela Linhares / Ana Fontelles / Mona Gadelha /
Tânia Araújo / Teti / Zezé Fontelles / Marta Lopes /
Ferreirinha / Lúcio Ricardo / Graco / Caio Silvio /
Rogério Soares / Régis Soares / Stone / Vicente Lopes /
Stélio Valle / Chico Pio / Wagner Costa / Sérgio Pinheiro /
Alano de Freitas / Calé Alencar / Pachelli Jamacarú /
Ednardo / Fausto Nilo / Rodger Rogério / Petrúcio Maia.
Texto da Contra Capa
Massafeira começou faz muito tempo, até bem antes do que quando se materializou em forma de um grande ajuntamento de som, imagem, movimento, poesia, e muita, muita gente transando tudo isso, numa efervescência febril, bela e loucamente solta durante quatro dias. Era como se fosse o carnaval mudando de data e mais verdadeiro, março de 1979 / Fortaleza.
De lá pra cá muita coisa aconteceu, inclusive o registro aqui de uma pequena porém significativa parte do que se cantou por lá. Esse espaço extremamente pouco para transmitir e transportar o que se guardou, maturou e explodiu num pique de energia, na cabeça de cada pessoa presente àquela alegria imensa.
No espanto da descoberta que não se traduz, a mágica reza das palavras vestidas de canção na boca plural de todos nós, o chifre desse carneiro apontando o infinito do caminho e a certeza dessa força, motor da transformação e evolução plena, constante nesse imenso estoque de dias que o sol tem pra nascer, se pôr e nascer de novo.
Ednardo - Fortaleza, 1980.
Nota - Aura Edições Musicais
Em 26/09/2002, foi dado ao conhecimento público a matéria jornalística com Raimundo Fagner, (O Povo - Fortaleza / Ceará), constando que os originais dos discos Massafeira foram retirados da gravadora Sony Music, sob pretexto que seria projeto exclusivo de Fagner quando dirigia o selo Epic, e esta produção "pertenceria" ao mesmo, e teria sido retirada do âmbito da Sony para posterior relançamento em CDs, pela Fundação Raimundo Fagner junto a DR Music da Fundação Cultural Demócrito Rocha.
Louvável, mas até março 2005, os discos da Massafeira não foram relançados em CDs. Pela importância do movimento, muitos artistas que participaram desta produção e gestão coletiva, além de jornalistas e pessoas ligadas à área cultural, indagam quando a nova geração poderá ter acesso a estas músicas e informações.
Nos registros da gravadora e ficha técnica na contra capa dos discos originais, está expresso que: Foram produzidos sob a Direção Artística e de Produção de Ednardo. Pelo fato da AURA, ter conhecimento sobre este assunto, notamos nesta informação que estes discos foram prensados com verba de divulgação do disco Imã - Ednardo.
O primeiro disco de Patativa do Assaré - Poemas e Canções, foi gravado integralmente ao vivo durante a Massafeira de 1979, a Aura tem em arquivos, filmes em 16 mm., que mostram a participação de Patativa do Assaré incluindo ambiente Teatro José de Alencar, microfones e gravador Nágara interligados à sonorização na Massafeira. Este primeiro disco de Patativa foi resultado de produção coletiva de todos que idealizaram e realizaram a Massafeira. Mas não consta sequer nenhuma informação ou referência a este fato, no produto lançado pelo selo Epic em 1980.
Da redação AURA.
Estão disponibilizadas neste site
outras informações sobre a Massafeira.
Leia matérias jornalísticas
Veja fotos do evento e de seus participantes
Veja relação de pessoas que participaram da Massafeira
E o que estão realizando atualmente
DISCO 1
- AURORA
-
Ednardo / Belchior EDNARDO / BELCHIOR
Clareia manhã, clareia
Abre os teus dedos manhã
E deixa essa casa cheia
Do teu cheiro de romã
Sonhos de aurora eu sonhava
No colo de minha irmã
Clareia manhã, clareia
Abre as janelas, manhã
Clareia manhã, clareia
Abre as janelas manhã
E deixa essa casa cheia
Do teu cheiro de romã
Sonhos de aurora eu sonhava
No colo de minha irmã
Clareia manhã, clareia
Abre as janelas, manhã
- PÉ DE ESPINHO
-
(Rogério Soares / Stone / Luiz Carlos Pinoquio)ROGÉRIO SOARES / REGIS SOARES
- BREJO
-
(Regis Soares / Rogério Soares / Ednardo)REGIS SOARES
- ATALAIA
-
(Ferreirinha / Graco / Caio Silvio)FERREIRINHA ( Francisco Casaverde)
- FRIO DA SERRA
-
(Petrúcio Maia / Brandão)MARTA LOPES / EDNARDO / FAGNER
- ISOPOR
-
(Wagner Costa)WAGNER COSTA
- BUENOS AIRES
-
(Stélio Valle / Sergio Pinheiro)SERGIO PINHEIRO
DISCO 2
- O SOL É QUE É O QUENTE
-
(Alano de Freitas)EDNARDO / ANINHA (Ana Fontelles)
Não adianta parar pra pensar
Não adianta lutar pra entender
É bem mais perto e mais certo
Jogar uma pedra na lua
Correr atrás de qualquer rua
Cavar um buraco na proa da lua
Ficar numa boa no meio da rua
A vida quer um gesto
Quer a sensação
A morte quer a fundo a razão
O sol saiu hoje cedinho
Espera por você o sol
Esse menino você não quer ver
Mas o sol, menina, dourou teus cabelos
Tornou meus olhos claros pra te ver melhor
O sol, o sol, o sol, é que o quente
O sol, o sol, o sol, é que o quente
A mente a única que mente
Onde está, foguinho
Onde está seu coração
Que teima em não lhe dar um bom carão
O sol, o sol, o sol, é que o quente
O sol, o sol, o sol, é que o quente
- VENTO REI
-
(Zé Maia / Calé Alencar)CALÉ ALENCAR
- O REI
-
(Tânia Araújo)TETI / TÂNIA ARAÚJO
- REISADO
-
(Graco / Stelio Valle / Augusto Pontes)EDNARDO
IMÃ
- FICHA TÉCNICA
-
Gravação Original em LP - (Epic) CBS - 1980
235046
Lançado em CD - Sony Music - 1995
866050/2 - 476456
FICHA TÉCNICA
Direção de Produção e Estúdio - Ednardo
Assistente de Produção Artística - Regina Scarcello
Técnico de Gravação - Mandy
Assistente Técnico de Gravação - Alexandre Borato
Mixagem - Mandy / Ednardo
Montagem - Alencar
Fotos - Lise Torok
Direção de Arte - Géu
Arte das Capas - Carlos E. M. de Lacerda
Desenhos dos Símbolos - Ednardo
Gravado e Mixado no Estúdio Level no Rio de Janeiro em 24 Canais
Todas as Obras Editadas por Aura Edições Musicais
Exceto - Na Asa do Vento
MÚSICOS
Arranjos e Regências - Ednardo / participações da Banda
Fernando Moura / Gerardo Gondim / Rui Motta / Luiz Miguel / Jaburú
Piano Fender Rhodes e Oberheim / Violão Ovation e Acústico / Percussões - Ednardo
Piano Acústico / Arp Strings / Oberheim - Fernando Moura
Viola de 10 cordas e Cavaquinho - Manassés
Guitarra e Cítara e Guitarra Portuguesa - Robertinho de Recife
Guitarra e Viola de 10 cordas - Gerardo Gondim
Sanfona - Zé Américo
Trompete e Flugel Horn - Márcio Montarroyos
Contra Baixo - Luiz Miguel
Bateria / Timbales - Rui Motta
Percussões - Jaburú
Pandeiro - Risadinha
Zabumba - Borel
Participações Especiais
Márcio Montarroyos / Robertinho de Recife / Manassés / Zé Américo
Agradecimentos Especiais
Professor Oscar e Dona Esther
Odar Viana / Rosane Limaverde / Joana Limaverd
- MARACATÚ ESTRELA BRILHANTE
-
Ednardo
Maracatú estrela brilhante
Maracatú o teu brilho errante
Gamela da nossa mistura
Tão linda tão mista tão pura
Maracatú
Garra maracá já guerreiro
Batuque ferro e ganzá
A flexa cravada no céu brasileiro
Infinita mente cantar
Cantar
Cantar
- PONTA DE ESPINHO
-
Ednardo
Ponta de espinho
Aquela roseira quebrada
Pra não crescer seu caminho
Ó meu amor que espante
Lá vem verde se abrindo
Com muito mais rosas nos galhos
E muito mais ponta de espinho
Com muito mais rosa nos galhos
Muito mais ponta de espinho
Por ser irmã do meu canto
Por não saber ser cativa
Quebrou a barragem que a força impôs
Pra se derramar mais bonita
- AQUI ALI ACOLÁ
-
Ednardo
Trepidantemente passas por mim, trepidante passas por mim
Trepidantemente passas por mim, trepidante passas por mim
Quando eu cheguei num espanto te penetrei com meu canto
Ficaste dentro de mim, ficaste dentro de mim
Trepidantemente passas por mim, trepidante passas por mim
Trepidantemente passas por mim
Quando eu cheguei num espanto te penetrei com meu canto
Ficaste dentro de mim, ficaste dentro de mim
Trepidantemente passas por mim, trepidante passas por mim
Trepidantemente passas por mim
Quando eu cheguei num espanto te penetrei com meu canto
Ficaste dentro de mim, ficaste dentro de mim
Trepidantemente passas por mim, trepidante passas por mim
Trepidantemente passas por mim, trepidante passas por mim
Doce gelado, sapoti, coco-babão, doce gelado, sapoti, coco-babão
Namorei com uma menina lá do meio do quarteirão
Ô doce
Doce gelado, sapoti, coco-babão, doce gelado, sapoti, coco-babão
Namorei com uma menina lá do meio do quarteirão
Ô doce
- REINVERSO
-
Ednardo
Estou aqui
O mar não se abriu, uma nuvem não revelou o caminho
A pedra não verteu água, e aqui não choveu o maná
E estou aqui
Teus olhos vararam meu corpo
De tanto fingir não me ver
Teu ouvidos ensurdeceram com o meu grito
E disseste não me ouvir
Juraste não sentir minha presença
E eu estava colada a tua pele
Ofegante e pulsando como na primeira vez
Estou aqui e não poderás dizer que não
Minhas mãos escavaram o chão onde pisastes
Meu suor e o meu sangue umedeceram essa terra
E agora estás totalmente grávida de minhas palavras
Entrecortadas, porém ditas
De minha canção explodindo em jorros de minha garganta
De meu olho sempre te procurando no olho
De meu amor tão próximo do teu ódio
E não poderás negar o rebento desse tempo
Eu estou aqui
Versos falados sobre músicas inversas - Carirí (Ednardo) e Araguaia (Ednardo)
- IMÃ
-
Ednardo
A A/E
Rasgando um buraco no azul
B/A
Tu afloras feito o arco-íris
D A
Com um pé pisando no tempo e o outro no espaço
A/G
E molha a sequidão do meu rosto de pedra
B/A
Na água cristalina
D
Em nosso rastro ferido arde
A
O Brasil e a nossa sina
A/G
Nada te dou como herança
B/A
Nada quero
D A
A vida é uma pessoa sem medo no caminho
(E E7)
(Ah, ah, ah ...)
E E7
Estrela de cinco pontas - Luminando noites
E E7
Do universo do chão ardendo - Luminando noites
E A D
Habitamos o verbo chamado homem - Luminando noites
Cumprindo o destino do ser
A
A raiz afunda na terra
E bebe os segredos da areia
A
Espalhando em cada folha
E D A
Uma canção ao vento leve
E D A
(Uma canção ao vento leve)
A A/G
Leve é aquilo que brota
B/A
Muito além do medo
D A
Serena é a coragem de tudo aquilo que é
A/G
Que é quem sempre caminha
B/A
E nunca pensa que tarda
E
Sua flexa certeira
D
Sempre crava na luz
A
E sempre amanhece
(Cifrada por Kaica, músico paraense)
- NA ASA DO VENTO
-
Luiz Vieira / João do Vale
A7 E7 (A7 B7 C#m A7 B7 E7)
E A G#m
Deu meia noite a lua abre um claro
A G#m
Eu "assubo" nos aro
B7 E
Vou brincar no vento leste
A7 D A7
A aranha tece puxando o fio da teia
E7 A
A ciência da "abeia", da aranha e a minha
B7 C#m
Muita gente desconhece
A B7 E
Ô lá lá ô, muita gente desconhece
D A7 E7
A lua é branca e o sol tem rastro vermelho
B7
E o lago é um grande espelho
E7
Onde os dois vão se mirar
A7 B7 C#m
Rosa amarela quando murcha perde o "chero"
B7
E o amor é bandoleiro
C#m
Pode até custar dinheiro
E7 A7
Pois é flor que não tem "chero"
B7 E7
E todo mundo quer "cherar"
- A BOMBA Z
-
Ednardo
A bomba Z é tod'essa legião
Faminta de amor e pão
Onde tudo já aconteceu
E a explosão já se deu
Quem nunca viu, nunca verá
Quando eu falo pão eu quero dizer
Tudo que alimentar a-a-ar
A bomba Z é essa massa atônita
Cercada no centro da praça
Sonhando com o prometido
Ousando só o permitido
A bomba Z somos nós
A última bomba da terra
Crestando mais que mil sois
A bomba Z somos nós
(Cifrada por Kaica, músico paraense)
- DE REPENTE
-
Ednardo
Não é brinquedo meu amor
Guerrear na solidão
Cantar dos anjos a poesia
Conhecer tua magia
E morar na amplidão
Azul muito azul da terra
E é bem por traz daquela serra
Ai que estrada mais comprida
Cada vez que eu te beijo
Ou te vadeia a minha mão
Me sinto como um menino
Que descobre num repente
O mistério do universo
Engatinhando pelo chão
- SUBTERRÂNEA CANÇÃO AZUL
-
Ednardo
Toda vez que eu saco um blues
E o atiro contra o azul do teu coração
Flor do mato a tua boca soletrando a minha boca
Eu me amo e tu te amas
E num sub-blues-urbano
Solitário numa calçada de uma rua periférica
Na parede eu escrevo, uma frase, um relevo
Sabor sangue-canção
E nossos corpos celestes costuram amor
No tecido da noite
Inventando a luz da melodia
Que esse samba-canção irradia
- SERENATA PARA BRAZILHA
-
Ednardo
(Am) (Dm)
É uma ilha solitária, mil sotaques
G Am
Uma trilha que descobre uma babel
Gm Dm
Encruzilhada de destinos, super homens, super quadras -
E7 A
Multisolidão
A/G D
Presente em teu futuro, teus meninos, tuas meninas
E A
Tuas asas navegar sei que é preciso
A/G B/A
Alguns trazem de ti, flor do cerrado
E A
Eu sempre que te vejo, planto roçados
A/G D
É que quando me visitas, realizo
E Am
Trazer-te sempre-viva
Dm
Cidade-Avião, vôo rasante
E Am
Aero-Planta do Alti-Plano do chão
Gm Dm
Cidade-Planeta, desaguar de viajantes
E A
Espaço-Porto, Cosmo-Visão
A/G D
Quase que descubro a todo instante
E A
Um lugar, uma semelhança à minha terra
A/G B/A
Uma coisa indefinida, uma quimera
E A
E penso ver no rosto de algum novo habitante
A/G D
A imagem próxima e distante
E Am
De minha primeira namorada
(Cifrada por Kaica, músico paraense)
- FORNALHA
-
(Ednardo / Vicente Lopes)
Em cada dia que finda eu vejo
O sol forjar na sua boca de fogo
Com meu suor, riso e choro
Na poeira do chão, do dia
A pedra que sou rolante
E vejo avante, além da noite
Na rede em que eu me balanço
Nos braços em que eu descanso
Faço vôos, vivo os sonhos
Que tranço no ventre da vida
O homem faz com a sua mão
Como o sol faz, ilumina
Em cada dia que finda
TERRA DA LUZ
- FICHA TÉCNICA
-
Gravação Original em LP - EMI Odeon Brasil - 1982
31C 064 422 918
CD 354472-2 - EMI Music - 2006
FICHA TÉCNICA
Direção de Produção - Mário Rocha (Mariozinho Rocha)
Produção Executiva - Jairo Pires
Assistentes de Gravação - Mauro Almeida / Paulo Mendes
Técnicos de Gravação - Sérgio Bittencourt / Nivaldo Duarte / Guilherme Reis
Carlinhos / Amaro Moço
Técnicos de Mixagem - Sérgio Bittencourt / Nivaldo Duarte
Técnico de Corte - Osmar Furtado
Assistentes de Estúdio - Roberval / Zé Celso
Fotos - Mário Luiz Thompson
Layout da Capa - Lobianco
Desenho do Símbolo - Ednardo
Gravação e Mixagem - Estúdio da EMI - Odeon - Rio de Janeiro
Todas as obras editadas por Aura Edições Musicais
MÚSICOS
Arranjos e Regências - Ednardo
Arranjo e Regência na música - Blues à Flor da Pele - Lincoln Olivetti
Piano Fender Rhodes e Acústico e Cravo / Violão Ovation e Percussões - Ednardo
Teclados - Piano Yamaha e Oberheim - Lincoln Olivetti
Piano Fender e Yamaha CS 80- Serginho Trombone
Guitarra e Korg Polifônico - Robson Jorge
ObXa - Rick
Guitarra - Robertinho de Recife / Manassés
Violão 12 cordas / Cavaquinho - Manassés
Bandolim - Carlinhos Patriolino
Acordeon - Zé Américo
Trompetes - Niltinho / Cláudio Roditi
Sax Alto - Ricardo Pontes
Sax Tenor - Oberdan
Sax Barítono - Aurino
Trombone - Serginho Trombone
Contra Baixo - Ife / Paulo César
Bateria - Robertinho Silva / Paulo Braga / Rui Motta
Percussões - Repolho / Jaburú
Vocal - Ronaldo / Regina / Evinha / Fabíola / Mário / Roberto
Arregimentação - Dazinho
Participações Especiais nos Vocais - Golden Boys/Trio Esperança
Ronaldo Correia / Mário Correia / Roberto Correia / Evinha Correia / Regina Correia
Nas músicas - Pastoril; Transparecer
- PASTORIL
-
Ednardo
Venho da maravilha
Do mel da jandaíra
Cheiro à flor de mangueira
Venho da Maraponga, pitanga, milonga
Me língua de sol e de dengue
Pra mim do final dessa praia
Sa sacode a barra da saia
Sa sacode a barra da saia
Que eu te vejo por inteira
Que eu te vejo por inteira
Desde o regaço do norte
À corredeira do sul
Teu riso é uma bandeira
Escorre como um riacho
Acho claro eu e tu
Papel seda flor do mato e cetim
Pra te cantar pastorinha
Te trago dentro da minha
Chuva de luz no dourado
Fina areia prateada
Na asa da borboleta
Meu anjo solto no espaço
Espanta o mal e afasta
E deixa brilhar estrelas
Em constelações de luz
Em canções cheias de luz
No céu das nossas cabeças
- LABIRINTO
-
Ednardo
Olê mulher rendeira
Olê filhos rendar
Do tecido dessa renda
Eu me visto pra alegrar
Tua beleza minha pequena }
É o sol imaginado } (bis)
Com o qual eu faço um xote
Pra poder te namorar
Mar Maria areia mar
Maria areia mar
Maria areia ar
Siri areia ará
Siri areia ará
Siri areia ará
O dia te doura a pele
A noite na rede tua
E a estrela d'alva anuncia
A longa estrada da rua
Que em nosso olhar principia
E vai bem mais que os olhos vê
Hum Maria areia hum
Maria areia hum
Siri areia ará
Hum Maria areia mar
Maria areia hum
Siri areia ará
A roda que gira o mundo
Me joga no caminhar
Mas esse mundo é redondo
Indo por lá chego cá
Eu sei que a vida responde
A amplidão do cantar
É que essa renda tem luz
É o labirinto que faz
A gente se encontrar
Hum Maria areia hum
Maria areia hum
Siri areia ará
Hum Maria areia hum
Maria areia hum
Siri ari ará
Princípio e o sim de tudo
Que pra falar deixa mudo
O ontem e o amanhã
O amor não é uma palavra
Não é a posse do ser
É uma casa encantada
De dentro é que da pra ver
Por mais que a areia esconda
A linha do vento tece
Fazendo aparecer } (bis)
Hum Maria areia mar
Maria areia mar
Maria areia ar
Hum siri areia mar
Maria areia hum
Siri areia ar
- BLUES À FLOR DA PELE
-
Ednardo
O sal do mar é o tempero e o corroente
Dos nossos corpos bolinados pelo canto e pelo vento
Tem que querer a vida
Querer a vida sempre e muito
Meter o pé descalço na carreira do caminho
Eu quero a felicidade, eu, você e a mocidade
O gosto da nossa saliva em nossas bocas
Repare o jogo dos nossos quadris
Imaginando de zero a mil
Inventando nesse espanto
O canto, o dia, o acontecer
O que uma boca aflita cala, ressuscita aqui, ali, em toda cidade
Eu venho de longe, eu venho
Eu venho de dentro de mim
Descobrimos que a armação da torre de babel
Como sempre foi feita, é de palavras, e de papel
Mas tem a nossa voz
A tua e a minha voz
A música interior, de cada um de nós
Meu Deus será que eu acordei tarde
Ou será que o acordar é que é
Aquilo que dá luz ao ato do amanhecer
Eu quero que tu não espere
Agora tá tão blue tão bom
Agora tá tão blue à flor da pele
Eu quero que tu não espere
Agora tá tão blue tão bom
Agora tá tão blue à flor da pele
- BAIÃO DE DOIS
-
Ednardo
Iracema ama
Iracema ara
Iracema ima
Iracema cara
Iracema rima
Iracema mar
Iracema é America
E tudo do que é
É como ser o tempo num requebro de baião
Baião de dois
Dos nossos corpos nus
Como Deus os fez
Espelho, espelho meu
Reflete em águas claras } (bis)
Uma canção
Versos falados sobre músicas inversas - Carirí (Ednardo) e Araguaia (Ednardo)
- SER E ESTAR
-
Ednardo
O imenso brilho do sol
Que explodiu nesse céu fotografou você
Sua sombra no ar a bailar
Virou um louco maracatu
Sua dança a dançar, babel de som da cidade
Gente é preciso se dar valor para ser e estar
Gente é preciso se dar valor para ser e estar
Nesse rio real da existência
Além da dor medo e violência
Existe o prazer de querer e ser querido
Revelar o precioso ser habitante em nós
Vestindo o azul do espaço
E rasgando a mordaça da voz
Vestindo o azul do espaço
E rasgando a mordaça da voz
Sonhar plural, acreditar estar com todos
Na solitária sina solidariedade ao povo
De qualquer lugar, múltipla fantasia
Tudo é, foi e será escrito está
Tudo é, foi e será, quem percebe está
Solar expresso solar
Tão cheio de gente a viver
Desabrochando aqui no chão do planeta
Uma aura de um ovo de luz
Da onde nasce outra terra
Não fazendo de si alimento dos senhores da guerra
Olhar pro aquárius do céu
Vê se vê, vê se vê, vê se vem
Vê se vê, vê se vê, vê se vem
Já não dá pra esperar
- COMO ERA GOSTOSO O MEU INGLÊS
- "Não chores porém criança
Que nem tudo está perdido
Abriremos a barriga do lobo
E a vovó que foi comida a pouco
Ainda deve estar com vida."
(Citação de trecho de versão Domínio Público da história infantil dos Irmãos Grimm - Chapeuzinho Vermelho)
Ednardo
Bom dia brilho da manhã
E a gente sorri feliz
Diz eu te amo e tu me amas
E a mente, mente, mente se diz, se diz
Caso você pense você é o meu caso
Não diga nada pra ninguém
Se a gente precisa da gente
Seu grande dia taí
Taquí no nosso amor
Fere fé fere o bumbo e puxa o fole
Oi fere fé fere o bumbo e puxa o fole
Zabumba o bumbo fere o bumbo, e puxa o fole
Oi fere fé fere o bumbo e puxa o fole, ié ié ié
Quero dizer que passei estas noites todas acordado
Por causa, por causa daquele pesadelo
Não sei onde encontrar você
Não sei onde encontrar você
Ei! menina, me nina menina
Você uma vez disse que me ama
Uma vez você me disse isso sim
Diga de novo e de novo e seremos felizes pra sempre
Diga de novo e de novo e seremos felizes até quando der
Fere fé fere o bumbo e puxa o fole
Oi fere fé fere o bumbo e puxa o fole
Zabumba o bumbo fere o bumbo, e puxa o fole
Oi fere fé fere o bumbo e puxa o fole, ié ié ié
Eu lhe vi e vejo agora claramente
Todo dia a dia, adia é assim
Quero você sempre dentro da minha vida
Por fora de qualquer pose fingida
Um dois três quatro, um dois três quatro
Me fiz teu filho agora sou teu pai
Olha o rastro, olha o rastro
Taxi, taxi, taxi, taxi, taxi, taxi
Cinco, seis, sete, oito, cinco, seis, sete, oito
A massa fina, utópico biscoito
Olha o rastro, olha o rastro
Taxi, taxi, taxi, taxi, taxi, taxi
Ela disse - eu não entendo nunca
Você não fala nada nada coerentemente
Eu disse - não, não, não, você está errada
Tudo está certo, rapaz, você é que não vê
Fere fé fere o bumbo e puxa o fole
Zabumba o bumbo fere o bumbo e puxa o fole
Oi fere fé fere o bumbo e puxa o fole
Oi fere fé fere o bumbo e puxa o fole, ié ié ié
- ALFA BETA AÇÃO
-
Ednardo
Aquele mestre ensina justamente aquilo
Que não me interessa saber
Esquece de dizer - meninos nossa sina é saber viver
Impõe, implora, impera e vocifera
É que ele tem a vara de condão
Da transformação, da conformação, da educação, da revolução
É que são tantos verbos de persuadir
De sujeitar o sujeito a não existir
É que são tantos objetos indiretos
Condicionais do porvir } (bis)
Na hora do recreio
Vamos todos soletrar bê-a-bá, bê-ipsilon - Baby
Luz del Fuego, marginal
Canção de amor, grito primal
Namorar por trás do muro do vestibular
Cruzar palavras, mocidade, inventos
No passo da ema, a volta da jurema
Peneiro ê, iê, iê } (bis)
Erguer a cabeça fora do pânico total
Telegrafar aos amigos da geral
PT saudações
É bom que você não se torne um marionete falante
De sexo, grafite e poesia
Política, som atuante, meditação, anarquia
Com a mesma filosofia de quem acha a vida pronta
No fim do novo ABC há o clarão da Bomba Z } (bis)
Estrela e lua crescente
Quero navegar inteiramente
Pela tua geografia escrever colorido
A palavra proibida
Vida, vida, vida, vida, vida
Vida, vida, vida, vida
Vida, vida, vida,
- ASA DO INVENTO
-
Ednardo
O Rio deságua nesse mar de gente
Que o sol doura com sua luz
E o cio do amor, solto, nu, sem laço
É como Deus Pagão que me seduz
Na asa do invento do homem eu vejo
Teu céu e o teu padecimento
Penetro o espaço que abre os braços
Pro abraço Redentor
E o teu lindo riso aberto
Povoa todo o deserto
Como a flor do mandacaru
E o teu lindo riso aberto
Povoa todo o deserto
Como a flor do mandacaru
- CORAÇÕES E MENTES
-
Ednardo
Intro: (E G A B B A G E) 2x
E A G#m
Teu amor menina bonita
A G#m
Me deixa formoso
A G#m
Me dá brilho e gozo
B7 E
Me deixa bonito
E A G#m
O beijo cravado em tua boca floriu
E A C#m
Clareando o dia na luz do Brasil
E A G#m
O beijo cravado em tua boca floriu
E A C#m
Clareando o dia na luz do Brasil
A G#m A G#m
Como um cravo encarnado em tua pele molhada
A C A G#m
Alva cambraia da areia
A C A G#m
Na alva cambraia da areia
B7 E
Branca da praia
B7 E
Branca da praia
- TRANSPARECER
-
Ednardo
Eu tenho muitos sonhos
E sonho todos eles
Como se fosse um só
Como se fosse o sol
Sol
Eu sonho os meus sonhos
Cotidianamente na real transparência
Do que se pensa ausente
Sendo um sou muitos, posso voar
Nenhuma palavra decreta o fim do sonho
Nenhuma frase decrépita, nenhum medo de sonhar
Nunca é cedo, nunca é tarde
Sempre é tempo
Tempo
Contra-capa - CD Ednardo - Terra da Luz
Detalhes do Poster interno no disco original 1982
EDNARDO
- FICHA TÉCNICA
-
LP - 31C-064422933 - EMI ODEON - 1983
CD - 354491-2 - EMI MUSIC - 2006
FICHA TÉCNICA
Direção de Produção - Renato Correia
Produção Executiva - Fernando Adour
Engenheiro de Gravação - Nivaldo Duarte
Gravação - Francklin Garrido /Sergio Bittencourt
Auxiliares Técnicos - Amaro Moço / Renato / Carlinhos
Engenheiro de Mixagem - Nivaldo Duarte
Técnico de Corte Acetato - Osmar Furtado
Estúdio de Gravação EMI - Odeon - Rio de Janeiro
Arte da Capa e Encarte - Gringo Cardia e Luiz Stein - A Bela Arte
Foto - Wilton Montenegro
Supervisão Gráfica - Tadeu Valério
Desenhos - Ednardo / Wallace/ Wesley
Joana Limaverde / Luiz Stein / Gringo Cardia
MÚSICOS
Arranjos e Regências - Ednardo e José Américo
Violão, Teclados - Ednardo
Teclados - Acordeon - José Américo
Teclados - Reinaldo Arias
Violão de 12 cordas e Cavaquinho - Manassés
Guitarras - Marcelo Sussekind / Manassés / Piska
Trompetes - Bidinho / Paulinho / Niltinho
Sax Tenor - Marcelo
Trombone - Paulo William
Baixo - Jamil Joanes / Décio Crispim
Bateria - Paulinho Braga e Mamão
Percussões - Marçal / Gordinho / Jorginho do Pandeiro / Elias
Coro - Suzana, Marize / Viviane / Regininha
Rosana / Luna / Ronaldo Correia / Flavinho
Roberto Correia / Valdir Correia / Simiana / Marize
Myriam Perachi / Evinha Correia
- SUPER X
-
Ednardo
Quando você passa na minha calçada
Vestidinho branco de algodão trançado
Toda molhadinha de chuva
Toda molhadinha de chuva
Toda molhadinha de chuva
De chuva molhada
É que essa chuva faz grande milagre
Junta a harmonia e a tecnologia
A democracia que vejo em você
É o desafio para a utopia
Querer é poder
Raio X, Super X, Raio X, Super X no olhar
Raio X, Super X, Raio X, Super X no olhar
Raio X, Super X, Raio X, Super X no olhar
Raio X, Super X, Raio X, Super X no olhar
Quando você passa na minha calçada
Algodãozinho molhado é véu de fina gaze
Toda molhadinha de chuva
Toda molhadinha de chuva
Toda molhadinha de chuva
De chuva molhada
É que esse encontro faz grande milagre
De lhe tocar amor, a mão por todos os lados
De ser a chuva quente, cor dessa vontade
Que todo mundo sabe, todo mundo vê, dá pra entender
Raio X, Super X, Raio X, Super X no olhar ...
Quando eu te advinho e tu me advinha
Vestido de amor, isso quer dizer
De amor, amor, só de amor vestido
Somos o milagre que essa chuva traz
Pois é bom poder, querer fazer
Tão grande bem, se deve dar, para receber
Raio X, Super X, Raio X, Super X no olhar ...
- ROCKCORDEL
-
Ednardo
Um rockcordel pra espantar o tédio
Um rockcordel pra acordar todo o prédio
Um rock um toque pra minha menina
Seu motorista olha a gasolina
Eu vou ficar depois daquela esquina
Ela me espera muito doida, doida pra beijar
Um rockcordel bem mysteriozo
Mexe assim fica até mais gostoso
Rock a energia pra acender a luz
Que me importa se eles estão sacando e babando
Deixa a sirene da polícia tocar
Deixa os filhos da augusta falar
Deixa o porco e a porca torcer o rabo
Que o rabo de foguete que tem d'outro lado
Foi feito para o fogo pegar ga-ga-ga
Um rockcordel de mim pra você
Que fica vendo estrelas e o sol a nascer
Nossa história a gente saca ou inventa
E nessa rua nosso olho enxerga oitenta
No escuro é claro, me pega e me esfrega
Me faça tudo, não esconde não nega
Antes que o cometa tempo passe
Atravesse a ponte que liga o princípio ao fim
Antes que o cometa tempo passe
Atravesse a ponte que liga o princípio ao fim
Pa pa hum ma ma ma, Pa pa hum ma ma ma,
Pa pa hum ma ma ma ôh ô
- ARRAIAL
-
Ednardo
Abri minha janela
Pra ver a cor do mar
Jangada, leve flor a deslizar
Entre espigas e cana verde
Rompe a manhã no arraial
Na beira da praia um porto
Corta o céu uma avoante
Cigana te vejo fluindo
Fluido que vem da fonte
Espanta o breu da nossa fome
Luzia Menina Homem
Espanta o breu da nossa fome
Luzia Menina Homem
Varanda da esperança
Fornalha que está em nós
No duro aço da voz
No som desse falar
Quem vem desse lugar
Traz no seu traço o chão
Branca é a flor do algodão
Pro teu corpo enfeitar
O ouro do sol já reflete pro teu nu decifrar
E esse enigma faz revelar
A romã do teu olhar
E esse enigma faz revelar
A romã do teu olhar
- PAPAI MAMÃE
-
Ednardo
Ê, ê, ê, grita geral
Esse é o pais do carnaval
Tangerê, grita geral
Esse é o pais do carnaval
Mamãe não quero ser um banqueiro
Guardar grana demais é um perigo
Ainda mais nesses tempos bicudos
Ser justo e leve é que é o paraíso
Ê, ê, ê, fez praia e sol
Esse é o pais do futebol
Ê, ê, ê, fez praia e sol
Esse é o pais do futebol
Papai não quero ser um soldado
Eu não quero me acabar por aí
Outro Vietnam sempre pode pintar
E me mandam lá pro Piauí
Ê, ê, ê, grita a galera
O que fizeram com a aquarela do Brasil
Ê, ê, ê, grita a aquarela
O que fizeram com essa galera
Amor pra que me telefonar
E dizer tudo o que se tem pra fazer
Olha que tá tudo grampado
E de orelha fritam eu e você
Ê, ê, ê, dança e se agita
Sem balançar esse corpo não tem grita
Ê, ê, ê, dança e se agita
Sem balançar esse corpo não tem grita
Papai Mamãe a socialite juntando para o amanhã
Se explodir essa bomba, acaba hoje um amanhã tão rosé
Papai Mamãe a sócio-elite juntando para o amanhã
Se explodir essa bomba, acaba hoje um amanhã tão rosé
Ê, ê, ê, grita geral
Esse é o pais do carnaval
Ê, ê, ê, fez praia e sol
Esse é o pais do futebol
Ê, ê, ê, grita a galera
O que fizeram com a aquarela do Brasil
Ê, ê, ê, grita a aquarela
O que fizeram com essa galera
Ê, ê, ê, dança e se agita
Sem balançar esse corpo não tem grita
- TUDO
-
Ednardo
Terra azul, morada de mim, sim
Cinema, imagem dessa visão, sim
Vozes d'Anunciação, em quatro cantos cantarão
No soar de mil clarins, tudo muito claro sim
Pulsa o ritmo que unirá, a força elementar
Tudo o que é, tudo o que foi, tudo haverá
Será pouco se disser, será muito se sonhar
No verbo já há o acontecer, sêmen do concretizar
A Fé, Axé, à Che, Alá, maturar
Sétima dimensão do amor a que tu se dedicar
Há mel, há mel, há mel, há, do teu peito brotará
Na idêntica proporção que a tua vida sangrar
Os filhos nascem durante a canção, traduzindo o que está
Romance gitano, trilha de tuareg, longo caminho
Nostradamus nós estamos em um nove oito quatro
Cabe a todos se fazer, o sol brilhar, brilhar, brilhar
Terra azul, morada de mim, sim
Pulsa o ritmo que unirá, sim
Será pouco se disser, será muito se sonhar
Fé, Axé, à Che, Alá
- CAFÉ COM LEITE
-
Ednardo
Foi numa noite de uma festa de São João
Eu dançava com uma menina
Remexendo o coração
O céu estava azulzim e salpicado
Com cuidado se pisava
O chão de estrelas do salão
Ela gemeu uma palavra em meu ouvido
Completando a harmonia da sanfona na canção
Arrasta pé quando o fole fraquejava
Do escuro alguém gritava - Pega a coisa no rojão
Queiram ou não queiram, nosso amor é o braseiro
Que não deixa o frio chegar
Minha lua aluá, sou teu pé de moleque
Faço salamaleque, só pra te conquistar
O sanfoneiro dormiu e os dedos dele se mexem
A musica não para pra gente se balançar
Até o fim do ano já virá o carnaval
Não se aperreie que nada volta ao normal
Até o fim do ano já virá o carnaval
Não se aperreie que nada volta ao normal
- ENCANTADO
-
Ednardo
Tempo que sou menino
Tempo pó do caminho
Em cada palmo de céu
Está o espelho do chão, encantado
O lugar de cada um
Traduzir seu lugar comum
Mistério e luz da alquimia
Terra
Rolando nas ladeiras da cidade, do sertão
Levando em seu alforge o clarão da sua sina
Lua, Sol, Constelação, Sorte, Amor, Menina }
Lua, Sol, Constelação, Sorte, Amor, Menina } (bis)
Tempo que sou menino
Tempo pó do caminho
Em cada palmo de céu
Está o espelho do chão, encantado
O lugar de cada um
Traduzir seu lugar comum
Mistério e luz da alquimia
Terra
É fumaça de fábrica, de carro e de gente
É nós dois na peneira, penera meu bem
É nós dois na zoeira, zoera meu meu bem
É nós dois na estrada, e us homem também
Na zoada do trânsito de Copacabana
Trapalhão, vagabundo, rajá e pirata
Chiquita bacana, yes, temos banana
Tá vindo no vento terral Ceará
O toque xaxado, o toque xaxado
O toque pra gente dançar
O toque xaxado, o toque xaxado }
O toque pra gente dançar } (bis)
- NOVA RAÇA
-
Ednardo
Cheguei neste instante na grande cidade sem fronteiras
Onde cada sete mil portas se abrem
Abrem pro horizonte, onde alcança o olhar
Sou um forasteiro olhando esse lugar
Na motricidade que move esse mar
Na massa, na tribo, ou em Paramaribo
No distante pulsar sideral, lindo amigo
Onde estiver, te quero encontrar
Toda a vida é um relâmpago que brilha
É moto contínuo pra se cantar
Numa canção de rádio ou, ou num veloz metrô
Que navega na voz do, do computador
Soletrando os dígitos da palavra amor
Ou no tan tan, tan tan do tambor
Ou no tan tan, tan tan do tambor
Flamboyant de luz neon das avenidas
Multiplica o som e estoura os tímpanos
Tanta imagem salta das vitrines
Nova raça liberta os teus símbolos
Numa canção de rádio ou, ou num veloz metrô
Que navega na voz do, do computador
Soletrando os dígitos da palavra amor
Ou no tan tan, tan tan do tambor
Ou no tan tan, tan tan do tambor
Flamboyant de luz neon das avenidas
Multiplica o som e estoura os tímpanos
Tanta imagem salta das vitrines
Nova raça liberta os teus símbolos
Nova raça liberta os teus símbolos
Nova raça liberta os teus símbolos
Tanta imagem salta das vitrines
Soletrando os dígitos da palavra amor
Toda vida é um relâmpago que brilha
Soletrando os dígitos da palavra amor
Nota Aura Edições - Este disco é parte da trilogia discográfica de Ednardo realizada na EMI- 1982 a 1985 - Terra da Luz; Ednardo; Libertree. As músicas e letras se complementam nestes três trabalhos discográficos.
Na parte gráfica deste disco, Ednardo grafou desenho e solicitou aos artistas das capas que desenhassem na idéia deles a junção rock e cordel. Os trabalhos ao cargo de Gringo Cardia e Luiz Stein, estenderam-se a crianças e adolescentes. Para cada música do disco teve um desenho criado, os mais representativos foram incluídos no encarte do LP, que no CD não estarão incluídos. Portanto disponibilizamos estas cópias de desenhos para conceituar graficamente este disco.
Desenho de Ednardo, no disco
que junta rock e cordel
Parte da trilogia gravada na EMI.
LIBERTREE
- FICHA TÉCNICA
-
Gravação original em LP EMI - Odeon 1985
LP 31C 064422714
CD 354490-2 EMI Music 2006
FICHA TÉCNICA
Direção Artística - Jorge Davidson
Direção de Produção Artística e Executiva - Ednardo
Técnicos de Gravação - Rafael / José Celso / Amaro Moço
Técnico de Mixagem - Nivaldo
Auxiliares de Estúdio - Rob e Geraldo
Corte - Osmar Furtado
Foto - Gentil Barreira
Arte da Capa - A Bela Arte - Luiz Stein e Gringo Cardia
Coordenação Gráfica - Tadeu Valério / J.C Mello
Arregimentação - Alberto Runkel
Todas as músicas editadas por Aura Edições Musicais
MÚSICOS
Arranjos / Orquestrações e Regências - Ednardo
Violões / Teclados / Bateria Lynn Drum - Ednardo
Guitarra e Violão de 12 - Manassés
Teclados (OBX e DX) - Fernando Moura
Contra Baixo - Jamil Joanes / Ife
Bateria - Paulinho Braga / Sérgio Santos (Jaburú)
Percussões - Repolho
Participação Especial - Coro Infantil - Joana / Gabriel / Julia
- LIBERTREE
-
Ednardo
Baby, I come from another land
Baby, I wanna hold your hand
Baby, I wanna hold your hand
Yes, we are two of a kind
We are side by side
Singing and living all that we really want
Fell in my lips, see in my eyes
Burns a fire tongue the same sunshine
Hearts and minds of the people
Is growing up like a tree
A strong field tree of liberty
A strong field tree of liberty
There's no matter to say
About flying saucers
Latin America and anothers replays
There's no matter to say
But a flying condor can be
More than more than more
Across the universe
More than more than more
Across the universe
Mañanas de sol que el hombre pueblo cantará
Sus ojos en el mar de otros ojos a se mezclar
La calle a brillar siempre que hermanos estrechar
Estrellas estrellas estrellas
Nuestras manos hacen alumbrar
Estrellas estrellas estrellas
Nuestras manos hacen alumbrar
Baby, I come from another land
Baby, I wanna hold you hand
- ALGUÉM VÊ
-
Ednardo
Deixe desse chororô, isso não leva a nada
Meta a cara pelo mundo, meta o pé na estrada
Olha quem não teme nada, só vai aprender
A fazer o sol brilhar e o dia amanhecer
Não me atrapalhe, não se atrapalhe assim
Saiba fazer por você, que eu sei de mim
E sempre que a gente cruzar vai acontecer
Tudo, tudo, tudo, nada é preciso dizer
Não faça eu jurar, se eu não posso cumprir
Pra que uma dívida externa no meu existir
Olha tanta gente andando na avenida
Quanto gente bela e outras sem saída
Veja bem que o fim do mundo é todo dia
E quem sair fora dessa agonia
Terá dentro de si o lugar do não apodrecer
Na sala de visitas, da sua casa
Os olhos grudados na fita, da tv
Ninguém vê, alguém vê, ninguém vê, você
Na escola, no trabalho, um olho fita
Roboticamente o computador acusa a tua vida
Alguém vê, ninguém vê, alguém vê, você
Deixe desse chororô, isso não leva a nada
Meta a cara pelo mundo, meta o pé na estrada
Olha quem não teme nada, só vai aprender
A fazer o sol brilhar e o dia amanhecer
Não me atrapalhe, não se atrapalhe assim
Saiba fazer por você, que eu sei de mim
E sempre que a gente cruzar vai acontecer
Tudo, tudo, tudo, nada é preciso dizer
- ESQUINAS
-
Ednardo
Desenhei uma rua na brancura do papel
Te encontro nesta aurora, na estampa deste céu
Na paisagem da canção, num romance de cordel
Cidade é poema concreto, rosas no asfalto
Rimas de esquinas em nossa solidão
No encontro com você para tudo florescer
Levarei olhos brilhantes e um amor bem confiante
Viajaremos naquele cometa que nos arrebata dos véus
Palavras soam, são como chuva
Eivadas de mel e de fel, de fel e de mel
E de mel e de mel e de mel e de mel
Te direi, te darei, um presente em tuas mãos
Diamante, seus reflexos abrem a porta de adiante
Tudo então terá um nexo, não vá se perder por aí
A vida é, é um instante, a vida é um instante,
A vida é um instante, um instante, um instante,
Um instante, um instante, um instante
- AGRESTE BLUES
-
Ednardo
Faz muito tempo que eu vim da minha terra para esta cidade
E caminhei uma longa estrada para chegar aqui
Meus pés ardiam na pedra do caminho
Mas quando a pedra fere
O sonho é leve, e o sonho de um homem
A pedra não põe fim
Tem noites de febre
Tem chuva e tem sede
Tem solidão e frio
Um blues agreste, liberta e me veste
Os tempos mudam sim
Para procurar teu beijo e o teu olhar
Que aponta o infinito
Disse pra mim, não vou andar de fasto
Já que eu cheguei aqui
Um giro na cidade
Um alô, um como vai
Tudo bem, só estou sangrando
Os olhos são pra ver
As mãos para fazer
A roda está girando
Faz muito tempo que eu vim da minha terra para esta cidade
E caminhei uma longa estrada para chegar aqui
Meus pés ardiam na pedra do caminho
Mas quando a pedra fere
O sonho é leve, e o sonho de um homem
A pedra não põe fim
- TECER NOVO MUNDO
-
Ednardo
Emergência real pra geléia geral
Tá nas raias do maracujá
E quem tomar, meu amigo, as delícias do fruto da flora
Vai ver que a fauna se arranja, dando até uma canja
Ao show bizz da tv
Bananas ao vento, já faz tanto tempo
Bananas pra todo esse auê
Bananas ao vento, já faz tanto tempo
Bananas pra todo esse auê
Desde quando alguém já falou
Pindorama, país do futuro
O sistema computa, computa, computa
É mais outro tijolo no muro
Virou jaula da farra da fera
Marginália pro ano dois mil ...
A prova dos nove da alegria
Segura a vida, agarra Luzia
Tudo o que for maravilha
E venha junto ver nascer o dia
Noves fora um, noves fora dois, noves fora três, noves fora mil
O computador não segura o meu coração tão Brasil
O computador não segura o meu coração tão Brasil
- O SOM DA ESTRELA
-
Ednardo
Minha menina pequena, minha pequena menina
Escuta uma estória que eu trouxe pra tu poder ir
Me encontrar na estrela com o som que eu trouxe pra ti
Não é difícil nem fácil a gente cantar, saber rir
É que eu aprendo contigo aquilo tudo que em ti
Faz tão bonita a conversa que necessita o existir
Quando eu esquecer tu me lembra, o sim, o agora, o sentir
Não é difícil nem fácil a gente cantar, saber rir
Na rua por entre os prédios, por entre medos e tédios
Há carruagens brilhantes de sonho, real maravilha
Entre a massa que fabrica o pão nosso a cada dia
Existem tantos segredos desenhados nos muros
A visão tão desejada da trilha deste caminho
Brinca, se mostra e esconde por entre a luz das esquinas
E eu necessito de ti minha pequena menina
Me nina, me bota no colo e com tua voz, só a tua
Me conta estórias de quando se ouvir o som da estrela
Procurando um pequenino
Tu descobrirá que eu sou teu, sou o teu menino
- QUE TAL NÓS DOIS POR AÍ ?
-
Ednardo
Bem, eu hoje vi no jornal
Na lista dos classificados
O seu recado com um beijo pra mim
Atravessando a distância que nós sabemos sem fim
Não sei se a vida é quem quis assim
Se existem tantos caminhos
Que tal nós dois por aí?
É claro que a canção tá com a razão
Mas uma canção só tem razão
Quando podemos cantar
Você quer me fazer um poeta de tanto sofrer
Você um dia vai ter que entender
Amor telepata e platônico, é o fim
Um grande amor só existe
Com você perto de mim
- O PATRÃO ZANGOU
-
Ednardo
Um dia desses eu estava na euforia
Coração falando alto, sem demagogia
A música veio como o mar em minha boca
Com saúde e tão louca
Que eu nem pude resistir
E batuquei um pequenino estribilho
Com amor e tanto brilho
Animando o ambiente
Uô, uô, animando o ambiente
Mas a coisa ficou quente
E quase o trem saltou dos trilhos
O patrão zangou na terra do carnaval
Onde a gente passa mal se não for alegoria
Mas em que lei, em que estado em que país
Se proíbe ser feliz e ter voz pra se cantar
Lá na matriz é duro o corpo, e é tanto frio
Ordem é obediência, aqui tenha paciência
Pro progresso da ciência da nossa música popular
Eu conheço bem esse terreiro
Tem bicharada, tem bicheiro
E a galera a curtir, brega, jeca, break e rock and roll
É tão equatorial, mas o patrão se zangou
E agora que fomos ao fundo, ficou tudo por aqui
Na base de, na base de
Na base de se correr o bicho pega, se ficar o bicho come
Palavra do homem, ordem do homem, obra do homem
O patrão zangou quando viu o pessoal
Cantar junto e pedir bis com ele torcendo nariz
Ora vamos e sejamos razoáveis
Ele chegou no estrangeiro com o jogo de cintura
Do jeitinho brasileiro e o seu patrão pediu bis
Pediu bis, oi pediu bis, sacou no triz, ele pediu bis
- OUTRO ROMANCE
-
Ednardo
Mora onde vamos cantar e reunir pra valer
O ponto a ponto daquilo que vamos tecer
Como as aves do céu tecem manhãs
Em nossas bocas existe o riso louçã
Quem dá mais, quem dá mais, mais alegria
Trepidar, balançar, nova harmonia
Aparece uma menina mostrando o que Deus lhe deu
E eu falo pra ela - o prazer é todo meu
A memória é um estilhaço na vidraça do presente
Tudo fica mais fantástico quando eu lhe cravo os dentes
Saltam os ritmos, todas as cores
Os nossos corpos dançam lindos nus e soltos
Bumba-boi, rumba, baião, frevo, maracatu
Um toque de rock, um xote, um elétrico repente
Fagulhas do céu da boca, no vento, no verde, ventre
Sílaba súbita e sólida de um beijo incandescente
Bate que bate, bate o pé, bate que bate, bate palmas
Um passarinho cantou, agora valeu
Aquilo que o povo diz, foi ou é ou há de ser
Agora deite o olhar pela janela de ver
No vai e vem da corrente que o templo do tempo dá
Tempo que tem, tempo tem pó do tempo pra temperar
- TOQUE
-
Ednardo
Tinta azul na lã do céu aprofunda mais o infindo
Espaço que se não vê, por mais longe que se pense
Se soletra não se lê
Branca lã azul anil, tão perto se imaginar
Tão longe se não sacar como se faz pro mergulho
No grande mar do sonhar
Tingir de ouro o sol
Pratear a luz da lua
É tanto que é quase nada
Falar sério é não saber
Que brincando é que se aprende
Trazer na mão e não ter
Medo de se tocar essa luz de iluminar
Andar acordado e ver
Eles me queriam medo e tristeza
E eu posso enfrentá-los com alegria e beleza
Nota Aura Edições - Este disco completa a trilogia artística de Ednardo realizada na EMI de 1982 a 1985 - Terra da Luz; Ednardo; Libertree. Leia as matérias sobre esta trilogia no item - Matérias Jornalísticas.
Contra-Capa CD Ednardo - Libertree -
Letras das músicas clique nos títulos acima.
RUBI Ao Vivo
- FICHA TÉCNICA
-
Produtor Fonográfico Aura Edições Musicais - 1991
Gravação Ao Vivo - Devil Discos
LP - 804023
FICHA TÉCNICA
Direção e Produção - Ednardo
Direção de Produção Artística - Ednardo / José Américo
Produção Executiva - Odar Viana / Rosane Limaverde
Francisco Domingos de Souza / Márcia Ierche
Assistente de Produção de Show - Laerte Vicente
Assistente de Produção Artística - Rogério Soares
Contra Regra de Palco - Orivaldo Prado (Vadinho)
Gravado Ao Vivo no Teatro TUCA
Teatro da Universidade Católica - SP - Abril de 1990
Por: Móbile Unidade Móvel de Áudio / Vídeo
Engenheiro de Som - Egídio Conde
Remasterizado por: Master Stúdios
Engenheiro de Som - Carlão
Técnico - Miguel Rocha
Fotos - Mario Luiz Thompson / Ed Viggiani (contra capa)
Arte Gráfica - Aura
Arte Final - Delin / Tico Aguiar
MÚSICOS
Arranjos e Orquestrações - Ednardo - José Américo
Violão - Ednardo
Piano e Teclados - José Américo
Viola de 12 e Cavaquinho - Manassés
Guitarra - Marcos Nabuco
Contra Baixo - Jorge Helder
Bateria - Camilo Mariano
Percussões - Alex Holanda
- RUBÍ
-
Ednardo
Trago a vida incandescente
Com o brilho de quem sente, nosso momento aqui
Onde nada nem ninguém, vai esconder a beleza
Dessa fala brasileira, que eu trouxe guardada pra ti
Vê a flor do trigo que é bela, a voz que é mais sincera
Mais que bonita alimenta
E verás que a luz aumenta, e verás que a luz aumenta
Cada vez que toca em ti
Se demorou te encontrar
E me tentou desenhar na boca o amargor da espera
Eu trouxe a todo momento
Essa pedra rubra ardendo pra poder nos descobrir
Te achar é seguir em frente
E verás que a luz aumenta, cada vez que toca em ti
O tom de um canto cristal, além do bem e do mal
A gema rara, rubí
A gema rara, rubí
A gema rara, rubí
_______________________________________________
Que coisa boa de se dançar
Jambo, mambo, quente da banda de lá
Citação incidental trecho-versão: Jambo - Olavo Barros e J. Guimarães, homenagem a compositores inspirados na música cubana de Perez Prado.
- FLORA
-
(Ednardo / Dominguinhos / Climério)
- A MANGA ROSA
-
Ednardo
Am
A manga rosa, Maria Rosa Rosa Maria Joana
Dm
Peitos gostosos rosados, doces
F
Rosados, doces mama, mama, mamãe
C
Teu sumo escorre da minha boca
D7
Entreaberta a porta
Por onde entra e por onde sai
G F E
Por onde entra e sai o mundo, mundo
Am
Balança a fronde farta mangueira
C
E mata a fome morto a fome ou mata, imensa mata
F
Imensa massa florados caixos de verde amarelou
Bb E Am
Maduro fruto que pro nosso gozo vem
Am/G F E Am
Amem, amem, amem, amem
Am/G F E Am
Mamem, mamem, mamem, mamem
Am/G F E Am
Amém, amém, amém, amém
- ARTIGO 26
-
Ednardo
Intr : (G,F)
(G,F)
Olha o padeiro entregando o pão, de casa em casa, entregando o pão
F
menos naquela, aquela não
G C D G
pois quem se arrisca a cair no alçapão
G D
Anavantú, anavantú, anarriê
C D G
nêpadêqua, nêpadêqua, padê burrê
G7 C
iguali tê, fraterni tê e liber tê
D G
merci bocu, merci bocu não ha de que
(G,F)
Rua Formosa, moça bela a passear palmeira verde e uma lua a pratear
F G
e um olho vivo, vivo, vivo a procurar
C D G
mais uma idéia pro padeiro amassar
(G,F)
Você já leu o artigo 26 ou sabe a história da galinha pedrês
F G
e me traduza aquele roque para o portugûes
C D G
a ignorância é indigesta pro freguês
(G,F)
Você queria mesmo, ser um sanhaçú fazendo fiu e voando pelo azul
F G
mas neste jogo lhe encaixaram, e é uma loucura
C D G
lá vem o padeiro pão na boca é o que ti cura
- TERRAL
-
Ednardo
( D G/D )
D G/D
Eu venho das dunas brancas
D C
Onde eu queria ficar
G D
Deitando os olhos cansados
F A7
Por onde a vida alcançar
D C
Meu céu é pleno de paz
G D
Sem chaminés ou fumaça
G D
No peito enganos mil
F A7 D
Na Terra é pleno abril
Em A7 D A7
Eu tenho a mão que aperreia, eu tenho o sol e areia
D  A7 D
Eu sou da América, sul da América, South America
Em A7 D A7 D
Eu sou a nata do lixo, eu sou o luxo da aldeia, eu sou do Ceará
G D A7 D
Aldeia, Aldeota, estou batendo na porta prá lhe aperriá
A7 D G
Prá lhe aperriá, prá lhe aperriá
D A7 D G
Eu sou a nata do lixo, eu sou o luxo da aldeia, eu sou do Ceará
D A7 D
A Praia do Futuro, o farol velho e o novo são os olhos do mar
A7 D G
São os olhos do mar, são os olhos do mar
D A7 D G
O velho que apagado, o novo que espantado, vento a vida espalhou
D A7 D
Luzindo na madrugada, abraços corpos suados na praia fazendo de amor
Comentário de Ednardo sobre Terral:
Esta música e letra, é de quando eu estava chegando em São Paulo / 1972,
com saudades de minha terra, fazendo uma leitura à distância do que ela
representa. Mas também é tradução da identidade humana com seu local de
origem e pontos de interligações de vivências, aprendizados e momentos
afetivos.
E na essência, é a vontade humana do sentimento cidadão do mundo, de ir
sem fronteiras.
O verbo aperrear, no sentido de se medir mútuamente " de bater na porta "
- para emitir e receber códigos de relações, possibilidades e momentos
únicos de se encontrar e crescer.
- BEIRAMAR
-
Ednardo
Na Beiramar
Entre luzes que lhe escondem
Só sorrisos me respondem
Que eu me perco de você ( Bis )
Você nem viu
A lua cheia que eu guardei
A lua cheia que eu esperei
Você nem viu, você nem viu ( Bis )
Viva o som, velocidade
Forte, praia, minha cidade
Só o meu grito nega aos quatro ventos }
A verdade que eu não quero ver } ( Bis )
Na Beiramar
Entre luzes que lhe escondem
Só sorrisos me respondem
Que eu me perco de você
E o seu gosto
Que ficando em minha boca
Vai calando a voz já rouca
Sem mais nada pra dizer ( Bis )
E eu fugindo de você
Outra vez me desculpando
É a vida, é a vida }
Simplesmente e nada mais } ( Bis )
E um gosto
De você que foi ficando
E a noite enfim findando
Igual a todas as demais
E nada mais ( Bis )
- PAVÃO MYSTERIOZO
-
Ednardo
A
A G D A E
Pavão mysteriozo, pássaro formoso, tudo é mistério nesse teu voar
A G D
Ah, se eu corresse assim, tantos céus assim
A E A
Muita história eu tinha prá contar
F#m B F#m
Pavão mysteriozo nessa cauda aberta em leque
Dm Am E7
Me guarda moleque de eterno brincar
Am Dm
Me poupa do vexame de morrer tão moço
Am E A A4 A5- A4
Muita coisa ainda quero olhar
REFRÃO
F#m Am Am/G
Pavão mysteriozo, meu pássaro formoso
G C
No escuro desta noite me ajuda a cantar
Am Dm
Derrama essas faíscas, despeja esse trovão
Am E A A4 A5- A4
Desmancha isso tudo que não é certo não
A G D
Pavão mysteriozo, pássaro formoso
A E
Um conde raivoso não tarda a chegar
A A7 D Dm
Não temas minha donzela, nossa sorte nessa guerra
A E A
Eles são muitos mas não podem voar
- ENQUANTO ENGOMA A CALÇA
-
Ednardo / Climério
Em Am Em
Arrepare não, mas esquanto engoma a calça eu vou lhe contar (cantar)
Am Em
Uma estória bem curtinha fácil de cantar (contar)
| Dm Am
| Porque cantar parece com não morrer
|
| B7
REFRÃO | É igual a não se esquecer
|
| E7 A7
| Que a vida é que tem razão
G
Esse voar maneiro foi ninguém que me ensinou
C
Não foi passarinho
B7
Foi o olhar do meu amor me arrepiou todinho
E7
Me eletrizou assim quando olhou meu coração
REFRÃO
Dm Am B7 E7 A7
Ai, mas como é triste essa nossa vida de artista
Dm Am
Depois de perder Vilma pra São Paulo
B7 E7 A7
Perder Maria Helena pro dentista
(Cifrada por Kaica, músico paraense)
- CARNEIRO
-
Ednardo / Augusto Pontes
Amanhã se der o carneiro
O carneiro
Vou m'imbora daqui pro Rio de Janeiro
Amanhã se der o carneiro
O carneiro
Vou m'imbora daqui pro Rio de Janeiro
As coisas vem de lá
Eu mesmo vou buscar
E vou voltar em vídeo tapes
E revistas supercoloridas
Pra menina meio distraída
Repetir a minha voz
Que Deus salve todos nós
E Deus guarde todos vós
Nota - Aura Edições Musicais
Este disco é o primeiro gravado ao vivo por Ednardo, durante os shows de três dias no TUCA (Teatro da Universidade Católica) na PUC - São Paulo. Produtor Fonográfico - Aura Edições Musicais e Co-produção de Francisco Domingos de Sousa (Chicão) da Devil Discos. Foi um dos primeiros discos no início da década de 90, entre artistas brasileiros consagrados, produzido de forma alternativa e independente das grandes gravadoras.
ÚNICA PESSOA
- FICHA TÉCNICA
-
GPA / OUVER - 2001
GPA - 2004016-2
FICHA TÉCNICA
Produção e Direção - Guti Carvalho
Coordenação de Produção - Ricardo Bacelar
Coordenação Artística - Ednardo e Guti Carvalho
Gravação - Estúdio GPA - Rio de Janeiro
Técnicos de Gravação - Ricardo Bacelar / Guti Carvalho
Mixagem - Estúdio Nas Nuvens - Rio de Janeiro
Técnico de Mixagem - Vitor Farias
Masterização - DMS
Fotos - Adriana Pitiglianni
Assistente de Fotografia - Antônio Terra
Capa - Projeto Gráfico - Elipse Design e Propaganda
Direção de Arte - Felício Torres
Assistente de Arte - Maurice Chalom
MÚSICOS
Arranjos - Ednardo & Músicos
Piano Acústico e Acordeon - Marcos Nimrichter
Guitarra e Violão Acústico - Fernando Caneca
Violão de Aço - Manassés
Violão - Rogério Percy
Sax Soprano e Flautas - Milton Guedes
Flugel Horn - Trick
Cítara - André Gomes
Baixo Acústico com Arco - Jorge Helder
Contra Baixo - Mazinho Ventura e Renato Rockete
Bateria - Cesinha
Percussões, Berimbau, Zabumba - Marcos Lôbo
- FOLIA OU PRESSA
-
Clésio Ferreira / Augusto Pontes
Feito de conta esse olhar
Faz de conta que é pra mim
Abra o seu sorriso o mais que possa
Quero entrar nesta festa de riso, e olhar
Meu coração está de novo aberto,
Pode entrar
Eu estou só com os meus momentos
E uma saudade clara sua
Festa de corpo e alma nua
Meu coração com mil tormentos
- PEDRA DA LUA
-
Rogério Soares
Há sol e chuva
Na mesma rua
Do seu coração
Paixão engana
E faz que ama
Pra viver feliz
Feliz, feliz, feliz,
Pois ninguém vive sem dizer
Mas ninguém vive sem prazer
A noite, a cama
Lhe arde e chama
Solidão, enfim
Se faz loucuras
E as mesmas curas
Lhe ensinam a viver
Viver, viver, viver
Pois ninguém vive sem dizer
Mas ninguém vive sem prazer, não
Se o rei lhe ama, jogos de dama
Longe da multidão
Pedra da Lua
E você nua
Abriu meu coração
Me diz, me diz, me diz
Pois ninguém vive sem dizer, não
Mas ninguém vive sem prazer, não
- DA MINHA TERRA
-
Nilson Chaves/Jamil Damous
Te trago da minha terra
O que ela tem de melhor
Um doce de bacuri
E um curió cantador
Trago da minha cidade
Tudo o que lá deixei
Numa das mãos a vontade
Na outra o que sei
E eu sei tão pouco menina
Desse planeta azul
Sei, por exemplo, que o norte
Fica pros lados do sul
Sei que o Rio de Janeiro
Deságua em Turiaçu
Sei que você é pra mim
O que o ar é pro urubu
Te trago da minha terra
O que ela tem de melhor
Tigela de açaí
Bumba-meu-boi dançador
Trago da minha cidade
Tudo o que lá deixei
Dentro do bolso a saudade
E na mala o que sonhei
E eu sonhei tanto, menina
Londres, Estolcolmo, Istambul
Sonhei New York e Caracas
Roma, Paris e Seul
Mas hoje o Rio de Janeiro
Ainda é Turiaçu
Só você pra mim já é
Leste, Oeste, Norte, Sul
- NOCHE DE RONDA
-
Maria Teresa Lara
Luna que se quebra
Sobre la tiniebla de mi soledad
Adonde te vás
Díme se esta noche
Tu te vás de ronda como ella se fué
Con quién estás
Díle que la quiero
Díle que me muero
De tanto esperar
Que voy el vailar
Que las rondas no son buenas
Que acentando
Que dan penas
Que se apaga por llorar
- AVE DE ARRIBAÇÃO
-
Javier di Mar-y-Abá
O certo é que acaba
Como todas as folias
O certo é que passa
Como passa uma euforia
E o beijo perde o gosto
Acre-doce da mutamba
Batom não deixa mais
A mancha do Pageú
E o leito de algodão
Já virou palha de tucum
Já não embriagas mais
Os meus sentidos
E o teu furdum
Não me seduz
E eu, ave de arribação
Não, não vou deixar, meu coração perder a luz
Não vou deixar meu coração perder a luz
Paixão é fonte d'água cristalina
Que brota em cima da serra
Pra jorrar no coração
Represa do açude dos desejos
Que a estiagem dos teus beijos
Faz secar de solidão
- UNIVERSO EM MIM
-
Régis Soares / Chico Pio / Neudo Alencar
Vou sozinho em meu deserto
Mas jamais me senti só
Sei há vida em cada estrela
Te guardar foi bem melhor
É preciso ter coragem
Não temer os descaminhos
Guardo em mim a tua imagem
Aprendi a amar sozinho
Teus mistérios abracei
Te guardei bem junto assim
Nas estrelas dos teus olhos
Vi todo universo em mim
- DITA
-
(Antonio Cícero / Orlando Moraes)
- FRUTA BOA
-
(Milton Nascimento / Fernando Brant)
- ÚNICA PESSOA
-
Ednardo/Chico César
Parece que me conheço
Tempo tamanho viver
Toda pessoa em ti
Brilho beleza e fala
Amigo antigo de ter
Par esse no mesmo manto
Sempre aqui, ontem e depois
Olhos de alcance infindo
No preto e branco, a cor
Música, silêncio, palavras
Iê planta, asfalto, iê flor
Plural, única pessoa
Tudo de si, e de sou
Parece que tudo passa
Por tudo que é praça e gente
Pelo fio da esperança
Pelo pé na corda bamba
Igual e tão diferente
Parece que tudo fica
Tudo muda, musa tudo
Eu vi que bem me vi menino
Na panela iridescente
Mão de música, luz e loa
Iê planta, asfalto, iê flor
Plural, única pessoa
Tudo de si, e de sou
PESSOAL DO CEARÁ EDNARDO/ AMELINHA / BELCHIOR
- FICHA TÉCNICA
-
Continental / Warner - 2002
092743631-2
FICHA TÉCNICA
Diretor Artístico - Wilson Souto Junior
Gerente Artístico - Márcio Rolim
Assistente de Marketing - Élida Bindandi
Produzido por Robertinho de Recife
Gravado e Mixado por Robertinho de Recife
no Special Studio - Rio de Janeiro
Assistente de Produção - Cláudia André
Assistente de Estúdio - Aldrin Isidoro
Masterização - Ricardo Garcia no Magic Master
Capa - Cristina Portella
Fotos - Adriana Pitigliani
Assistentes de Foto - Antonio Terra
Produção de fotos - Clara Castro
Assistentes - Joana Mazza e Tatiana Dager
Coordenação gráfica - Silvia Panella
MÚSICOS
Arranjos - Robertinho de Recife / Luiz Antonio / Ednardo
Violões - Ednardo / Robertinho de Recife
Guitarra e Violas 6 e 12 - Robertinho de Recife
Bandolim - Armandinho
Sanfona - Aldrin de Caruarú
Teclados - Luiz Antonio
Gaita - Milton Guedes
Contra Baixo - Jamil Joanes
Tambores e Percussões - Firmino
Coro - Roberta de Recife / Aldrin / André / Luiz Antonio
Texto de Ednardo no encarte deste disco do Pessoal do Ceará
Quando gravamos o primeiro disco, "Meu corpo minha embalagem todo gasto na viagem" no encarte citamos nomes também pertencentes ao nosso Pessoal do Ceará, de diversas áreas artísticas, e outros ligados ao nosso universo afetivo, criativo e cultural, elos e talismãs de energia e força, presentes naquele momento.
Hoje muitos nomes e pessoas se multiplicam através do tempo de nossa interação e dedicação ao imenso referencial.
O encarte seria pequeno, mas no espaço de nossos corações e mentes, todos se amplificam reverberam presentes, e detalhados em cada música que fazemos e cantamos.
Há muito tempo idealizado este disco feliz junção de energias, entre as quais a de Robertinho de Recife, Márcio Rolim e Hélio Santos, concretizando significativamente na mesma gravadora na qual iniciamos.
Saudamos todos os amigos e amigas de ontem, de hoje e porvir, desejando que juntos à luz maior que nos guia, ser e estar, também signifique integridade entre a atitude existencial e sonhos de cada projeto, individual, coletivo e no Todo que representam.
- TERRAL
-
Ednardo
( D G/D )
D G/D
Eu venho das dunas brancas
D C
Onde eu queria ficar
G D
Deitando os olhos cansados
F A7
Por onde a vida alcançar
D C
Meu céu é pleno de paz
G D
Sem chaminés ou fumaça
G D
No peito enganos mil
F A7 D
Na Terra é pleno abril
Em A7 D A7
Eu tenho a mão que aperreia, eu tenho o sol e areia
D  A7 D
Eu sou da América, sul da América, South America
Em A7 D A7 D
Eu sou a nata do lixo, eu sou o luxo da aldeia, eu sou do Ceará
G D A7 D
Aldeia, Aldeota, estou batendo na porta prá lhe aperriá
A7 D G
Prá lhe aperriá, prá lhe aperriá
D A7 D G
Eu sou a nata do lixo, eu sou o luxo da aldeia, eu sou do Ceará
D A7 D
A Praia do Futuro, o farol velho e o novo são os olhos do mar
A7 D G
São os olhos do mar, são os olhos do mar
D A7 D G
O velho que apagado, o novo que espantado, vento a vida espalhou
D A7 D
Luzindo na madrugada, abraços corpos suados na praia fazendo de amor
Comentário de Ednardo sobre Terral:
Esta música e letra, é de quando eu estava chegando em São Paulo / 1972,
com saudades de minha terra, fazendo uma leitura à distância do que ela
representa. Mas também é tradução da identidade humana com seu local de
origem e pontos de interligações de vivências, aprendizados e momentos
afetivos.
E na essência, é a vontade humana do sentimento cidadão do mundo, de ir
sem fronteiras.
O verbo aperrear, no sentido de se medir mútuamente " de bater na porta "
- para emitir e receber códigos de relações, possibilidades e momentos
únicos de se encontrar e crescer.
- PAVÃO MYSTERIOZO
-
EdnardoEDNARDO / AMELINHA / BELCHIOR
A
A G D A E
Pavão mysteriozo, pássaro formoso, tudo é mistério nesse teu voar
A G D
Ah, se eu corresse assim, tantos céus assim
A E A
Muita história eu tinha prá contar
F#m B F#m
Pavão mysteriozo nessa cauda aberta em leque
Dm Am E7
Me guarda moleque de eterno brincar
Am Dm
Me poupa do vexame de morrer tão moço
Am E A A4 A5- A4
Muita coisa ainda quero olhar
REFRÃO
F#m Am Am/G
Pavão mysteriozo, meu pássaro formoso
G C
No escuro desta noite me ajuda a cantar
Am Dm
Derrama essas faíscas, despeja esse trovão
Am E A A4 A5- A4
Desmancha isso tudo que não é certo não
A G D
Pavão mysteriozo, pássaro formoso
A E
Um conde raivoso não tarda a chegar
A A7 D Dm
Não temas minha donzela, nossa sorte nessa guerra
A E A
Eles são muitos mas não podem voar
- ENQUANTO ENGOMA A CALÇA
-
Ednardo / Climério
Em Am Em
Arrepare não, mas esquanto engoma a calça eu vou lhe contar (cantar)
Am Em
Uma estória bem curtinha fácil de cantar (contar)
| Dm Am
| Porque cantar parece com não morrer
|
| B7
REFRÃO | É igual a não se esquecer
|
| E7 A7
| Que a vida é que tem razão
G
Esse voar maneiro foi ninguém que me ensinou
C
Não foi passarinho
B7
Foi o olhar do meu amor me arrepiou todinho
E7
Me eletrizou assim quando olhou meu coração
REFRÃO
Dm Am B7 E7 A7
Ai, mas como é triste essa nossa vida de artista
Dm Am
Depois de perder Vilma pra São Paulo
B7 E7 A7
Perder Maria Helena pro dentista
(Cifrada por Kaica, músico paraense)
- A PALO SECO
-
BelchiorBELCHIOR / AMELINHA / EDNARDO
E G#m
Se você vier me perguntar por onde andei
A B7
No tempo em que você sonhava
E G#m
De olhos abertos lhe direi
A B7
Amigo eu me desesperava
C#m F#m B7 E
Sei que assim falando pensas que esse desespero é moda em 73
C#m F#m B7 E
E eu ando um pouco descontente desesperadamente eu falo em português
E G#m A B7
Tenho vinte e cinco anos de sonho e de sangue e de América do Sul
E G#m A
Mas por força do meu destino um tango Argentino
B7
Me pega bem melhor que um blues
C#m F#m B7 E
Sei que assim falando pensas que esse desespero é moda em 73
C#m F#m B7 E
Eu quero é que esse canto torto feito faca, corte a carne de vocês
- PASTORIL
-
EdnardoAMELINHA / EDNARDO
Venho da maravilha
Do mel da Jandaíra
Cheiro à flor de mangueira
Venho da maraponga
Pitanga milonga
Me língua de sol e de dengue
Pra mim do final dessa praia
Sa sacode a barra da saia
Sa sacode a barra da saia
Que eu te vejo por inteira
Que eu te vejo por inteira
Desde o regaço do norte
À corredeira do sul
Teu riso é uma bandeira
Escorre como um riacho
Acho claro eu e tu
Papel seda flor do mato e cetim
Pra te cantar pastorinha
Te trago dentro da minha
Chuva de luz no dourado
Fina areia prateada
Na asa da borboleta
Meu anjo solto no espaço
Espanta o mal e afasta
E deixa brilhar estrelas
Em constelações de luz
Em canções cheias de luz
No céu das nossas cabeças
- LAGOA DE ALUÁ
-
Ednardo / Climério / Vicente LopesAMELINHA
(C C7 F G C)
C F G7 C
Uma lagoa nasceu dentro do meu peito
G7 C
Pra de noitinha vir a lua espiar
Bb F
E o meu amor mergulhando dentro dela
G7 C
Nadando nela seus cabelos se molhar
E7 Am Bb F
Como é bonito ver o meu amor nadar
G F G7 C
Nessa lagoa que nasceu dento de mim
G7 C
Depois notar que de tanto se banhar
G7 C
Meu amor virou saudade e saiu no meu chorar
G7 C
Se essa lagoa fosse um copo de aluá
C7 F G7 C
Eu vivia dentro dela até me maravilhar
Am Bb F
E hoje em dia se me "alembro" da lagoa
G7 C
Sinto que a lua tá morando no meu peito
G7 C
E o seu clarão é a luz do seu amor
G7 C
E depois que me encandeia faz a luz do meu olhar
G7 C C7
E vejo claro que a lagoa que não vejo
F G7 C
É o gosto desse beijo que não posso mais beijar
(Cifrada por Kaica, músico paraense)
- ARTIGO 26
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EdnardoEDNARDO / AMELINHA / BELCHIOR
Intr : (G,F)
(G,F)
Olha o padeiro entregando o pão, de casa em casa, entregando o pão
F
menos naquela, aquela não
G C D G
pois quem se arrisca a cair no alçapão
G D
Anavantú, anavantú, anarriê
C D G
nêpadêqua, nêpadêqua, padê burrê
G7 C
iguali tê, fraterni tê e liber tê
D G
merci bocu, merci bocu não ha de que
(G,F)
Rua Formosa, moça bela a passear palmeira verde e uma lua a pratear
F G
e um olho vivo, vivo, vivo a procurar
C D G
mais uma idéia pro padeiro amassar
(G,F)
Você já leu o artigo 26 ou sabe a história da galinha pedrês
F G
e me traduza aquele roque para o portugûes
C D G
a ignorância é indigesta pro freguês
(G,F)
Você queria mesmo, ser um sanhaçú fazendo fiu e voando pelo azul
F G
mas neste jogo lhe encaixaram, e é uma loucura
C D G
lá vem o padeiro pão na boca é o que ti cura
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