MÚSICA BRASILEIRA |
Jornal da
Tarde São Paulo, Agosto de 1974 MAURÍCIO KUBRUSLY |
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Ednardo também proclamou sua independência e, assim, determina a morte do Pessoal do Ceará. Este grupo, a cerca de dois anos, abrigou, além de Ednardo, outros quatro cearenses: Fagner, Belchior, Rodger e Tetty. Em busca de carreiras individuais, foram se desgarrando e, no ano passado, apenas o trio restante lançou o primeiro e último LP do grupo. "Pessoal do Ceará". O disco vendeu bem, algumas faixas se tornaram populares, mas o individualismo de Ednardo impede qualquer continuidade. Agora resta apenas o casal Rodger - Tetty, que não deverá continuar coisa alguma. Com o LP "O Romance do Pavão Mysteriozo", José Ednardo Soares Costa Sousa se lança sozinho aos 29 anos. Na capa, se identifica como "Ednardo do Pessoal do Ceará". Certamente recorre a esta referência pela última vez. É possível também que já no segundo LP, deixe de cantar saudades do Ceará que abandonou e se volte mais para a cidade que escolheu, para a São Paulo onde vive e trabalha. |
O corte de todos os
cordões, porém, é operação que se prolonga por muitos anos e Ednardo
cumpre, com desenvoltura, o seu ciclo de desligamento, de troca do passado
pelo presente - como tanto outros compositores já fizeram e muitos de nós
ainda fazemos. |