JORNAL DE JUNDIAÍ - Jundiaí, 29 de Abril de 2002
BASTIDORES
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Gláucia
Mazzei Depois de quase trinta anos o Pessoal do Ceará está de volta. Desta vez, três representantes do grupo, Ednardo, Amelinha e Belchior, reuniram-se num segundo encontro e trazem de volta clássicos da MPB com novos arranjos. O CD
"Ednardo, Amelinha & Belchior – Pessoal do Ceará" (Warner Music) é um
retorno aos velhos tempos. Tempos estes em que um grupo de músicos
cearenses começava a despontar no cenário musical do Rio de Janeiro. Esta
turma reunia Fagner, Humberto Teixeira, Augusto Pontes, Belchior, Ednardo,
Dedé, e viria a ser chamada de Pessoal do Ceará. Em 1972,
o Pessoal gravou o primeiro disco, "Meu Corpo Minha Embalagem Todo Gasto
Na Viagem", com Ednardo, Rodger Rogério e Téti, e composições de Dedé,
Ednardo, Fagner, Humberto Teixeira, entre outros. Agora,
este segundo encontro é marcado por recordações. O CD tem 14 faixas e
reúne composições e interpretações de Belchior e Ednardo. Amelinha, com
sua voz inconfundível, participa interpretando várias
canções. O álbum
traz, por exemplo, clássicos de Belchior – "Como Nossos Pais", gravado por
Elis Regina", "Medo de Avião" e "Mucuripe". Com esta última, também
interpretada por Elis, as portas para o reconhecimento nacional foram
abertas para Belchior. Tem também "Na Hora do Almoço", com a qual ele
conquistou o primeiro lugar no IV Festival Universitário de 1971, na voz
de Jorge Teles e Jorge Neri; "A Palo Seco, já gravada por Fagner, Ednardo,
Elba Ramalho; "Alucinação" e a inédita "Bossa em
Palavrões". De
Ednardo, o CD reúne sucessos de crítica e público. A primeira faixa do
álbum é sua, "Terral". Ednardo também canta "Pavão Mysteriozo", já gravada
por Cláudio Lins e Elba Ramalho, mas que ficou famosa na voz de Ney
Matogrosso – foi tema da novela "Saramandaia", da Globo. Ednardo também gravou a inédita "Mote Tom e Radar", com ritmos de coco, repente, bumba-meu-boi, rabeca e violas. O ritmo nordestino vem com tudo no arrasta-pé "Artigo 26" e no forró pé de serra "Lagoa de Aluá", feita em parceria com Climério e Vicente Lopes. Em "Pastoril", há participação de Armandinho nos solos de bandolim. Com certeza, esse reencontro também vai entrar para a história. ® COPYRIGHT 1999-2001 JORNAL DE JUNDIAÍ - TODOS OS DIREITOS RESERVADOS |