Novo disco de EDNARDO-Única Pessoa

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Trechos condensados de matérias publicadas de Janeiro à Maio 2001 - © dos veículos - Tribuna da Impresa (RJ), Folha de São Paulo (SP), Usina do Som (SP), O Norte (PB), O Estado de São Paulo (SP), O Popular (GO), Clique Music (RJ), O Povo (CE), Diário do Nordeste (CE).

Jornalistas - Mônica Loureiro (RJ), Pedro Alexandre Sanches (SP), Sérgio Barbo (SP), Ricardo Anisio (PB), Janaina Rocha (SP), Edson Wander (GO), Rodrigo Faour (RJ), Silvio Essinger (RJ), Luciano Almeida Filho (CE), Roberto Vieira (CE).

Para ler na íntegra clique no item Matérias Jornalísticas no site http://www.ednardo.com.br ou acesse o site de cada veículo.


TRIBUNA DA IMPRENSA - Caderno BIS - Rio de Janeiro, quarta-feira, 16 de maio de 2001

As várias formas de se falar (bem) de amor - Ednardo "Única Pessoa" /Cotação: Muito bom

Depois de uma década longe dos estúdios, Ednardo lança 'Única Pessoa'. ... Quando se fala em Ednardo, a associação é imediata ao estrondoso sucesso de "Pavão Mysteriozo" na década 70. O que muitos desconhecem é que o cantor e compositor tem mais de 250 músicas gravadas e que, mesmo sem lançar discos há 10 anos - o último foi "Rubi" em 91 - nunca parou de fazer shows pelo país. "Nesse tempo, as gravadoras têm jogado no mercado muitas compilações e regravações de minhas músicas. A BMG - antiga RCA - vai comemorar 100 anos de existência no Brasil e relançar o 'Pavão' na íntegra ainda em 2001," adianta Ednardo.

O cearense volta agora aos discos com 'Única Pessoa' (GPA/Ouver Records). "É um projeto que estava pronto há dois anos". Ele lembra que por toda sua carreira trabalhou também com músicas de outros compositores. "No primeiro disco, tinha Fagner, Humberto Teixeira; no segundo, lancei Fausto Nilo, Petrúcio Maia...". O novo CD tem essa diversidade de compositores, mas Ednardo destaca que nada está jogado ao léu - há um roteiro cuidadosamente elaborado. São composições de brasileiros de "Norte a Sul". ... (Rogério Soares, Clésio Ferreira, Augusto Pontes, Nilson Chaves, Jamil Damous, Bebeto Alves, Totonho Villeroy, Milton Nascimento, Fernando Brant, Chico Buarque, Antonio Cícero, Orlando Moraes, Maria Tereza Lara, Lauro Maia, Humberto Teixeira, Javier Di Mar Y Abá, Régis Soares, Chico Pio, Neudo, Ednardo, Chico César).

Ednardo integra a geração de artistas cearenses conhecida como "Pessoal do Ceará". Ele é cuidadoso ao responder se alguma vez se sentiu injustiçado: " Não quero me colocar num bloco de injustiçados, faço shows lotados por todo o Brasil até para 50 mil pessoas. Isso responde melhor a defasagem entre o que o público dá de resposta ao meu trabalho e o espaço que tenho na mídia e nas gravadoras. Falando em termos gerais: a música brasileira vai muito bem, a maneira de divulgá-la é que vai mal" ...

Ednardo apresenta um disco de intérprete, pinçando compositores de várias partes ... (cearenses, piauienses, paraenses, mineiros, cariocas, riograndenses, goianos, paraibanos, cubanos...). Cada faixa é tranformada em uma agradável descoberta de novos talentos, ou na rememoração de alguns que andavam meio afastados. ... Tem duas regravações de nomes bastante reconhecidos: Futuros Amantes (Chico Buarque) e Fruta Boa (Milton e Brant) onde a voz de Ednardo parece deslizar pelas cordas dos violões. Aliás, ele consegue conjugar uma voz assentada e melíflua ao interpretar os diferentes e cuidadosos versos de amor presentes no disco. O CD abre com Folia ou Pressa (Clésio Ferreira/Augusto Pontes) onde o arranjo delicado inclui zabumba e triangulo. Pedra da Lua (Rogério Soares) muda o tom com cítaras e violões; Sinal dos Tempos (Bebeto Alves e Totonho Villeroy) tem a participação do conterrâneo Belchior. Ednardo também investe em diferentes ritmos cantando bolero em Noche de Ronda (Maria Tereza Lara)) e tango em Poema Imortal (Lauro Maia e Humberto Teixeira). Um gosto tropical tempera os versos de "Ave de Arribação"- 'Represa do açude dos desejos/Que a estiagem dos teus beijos/Faz secar de solidão' - que abre caminho para a sentida Universo em Mim (Regis Soares e Chico Pio e Neudo). A última faixa é a única de autoria de Ednardo em parceria com Chico César - e trazem arranjos que remetem bastante à Pavão Mysteriozo. .... Agora é torcer para que Ednardo volte a gravar com regularidade, resgatando assim seu espaço mais do que merecido no mercado fonográfico. (MÔNICA LOUREIRO)


FOLHA DE SÃO PAULO - Folha Ilustrada - São Paulo, terça-feira, 03 de abril de 2001

Ednardo reaparece após 11 anos sem disco - "Única Pessoa" /Cotação: Bom

Ednardo - que se celebrizou nacionalmente em 1976, com a inclusão de "Pavão Mysteriozo" na novela "Saramandaia" - está de volta para encenar o "lado B" de sua agreste geração. "Estar sumido é uma questão de mídia, tenho trabalhado o tempo todo. Não deixei de fazer música para virar empresário ou me aliar à políticos" ... Surgido no bojo do que se chamou "Pessoal do Ceará" -com Fagner e Belchior-, Ednardo, quebra o silêncio com o disco "Única Pessoa", lançado pela nova gravadora Ouver.

Nele, foge ao formato que serviu para avivar nos últimos anos as carreiras de seus pares - regravações de sucessos, acústicos, CDs ao vivo - e canta autores pouco difundidos que foi conhecendo em excursões Brasil afora. ... Justifica a opção, falando da rota diversa dos outros nordestinos, que lançaram CDs revisionistas e até se uniram num "Grande Encontro": "Faltei a essa reunião porque não queria fazer discos repetidos. Para fazer isso, é só a gravadora fazer compilação. ... Tenho uma quantidade razoável de músicas inéditas, que não vou guardando no baú, não. Vou cantando em shows, tenho quatro discos preparados"...

Autor de ativismo importante na MPB dos anos 70, Ednardo passou tempo demais desaparecido, e é expressivo que volte com um CD batizado "Única Pessoa", que tem apenas uma canção escrita de punho próprio. A faixa-título é uma parceria com um de seus sucessores no imaginário da música nordestina não-baiana, Chico César. As demais dão destaque a compositores do Pará ao Rio Grande do Sul, quase sempre mais novos que ele... Abre mão do regionalismo cearense - um dos lastros que mais o marcaram, entre obras-primas como "Ingazeiras" (73), "Pavão Mysteriozo" (74), "A Palo Seco" (74, com Belchior) e "Artigo 26" (76) - e, mais ainda, da veia autoral forte que o caracterizou. "Única Pessoa" fica mais impactante por isso. O autor da cáustica "Abertura" (76) rejeita com veemência artifícios mercadológicos que revitalizaram (mas nem sempre) outras carreiras. ... O que faz diferente? Rejeita as regravações de seus próprios sucessos, mas cala a própria voz de compositor. Agrupa canções que falam de solidão e isolamento, beijando a melancolia... Faz de "Universo em Mim" o momento mais pungente: "Vou sozinho em meu deserto/mas jamais me senti só"... O (anti) pavão é misterioso, silencioso. (PEDRO ALEXANDRE SANCHES)


USINA DO SOM - www.usinadosom.com.br - São Paulo, terça-feira, 27 de Março de 2001

APROVEITANDO O PORTAL DO TEMPO

Sem gravar há quase dez anos, Ednardo está retornando à cena graças a vários discos que estão sendo despejados agora no mercado. Além de um álbum novo, Única Pessoa, estão sendo relançados dois trabalhos dos anos 70, Berro e O Azul e O Encarnado. O disco, o décimo segundo da carreira, resgata sua verve poética e a sonoridade que é sua marca registrada: música híbrida, que agrega pop, blues, tango, rock, folk, mas de forte sotaque nordestino. Sempre aberto a vários estilos ele experimenta cítara na lírica "Pedra da Lua" e acrescenta blues em "Sinal dos Tempos" - que tem a participação do conterrâneo Belchior. Outro nordestino e, por sinal, também discípulo dá as caras na faixa título: Chico César. Ele co-escreveu a música "Única Pessoa" com Ednardo, que por sua vez, sente-se lisonjeado com a reverência da nova geração. Além de Chico possuir todos os discos do mestre cearense, Zeca Baleiro costuma cantar "Terral" (música do primeiro LP de Ednardo, Meu Corpo Minha Embalagem Todo Gasto Na Viagem, com o Pessoal do Ceará, 1973)... (SÉRGIO BARBO)


O NORTE - Caderno Show - João Pessoa, terça-feira, 6 de março de 2001

A volta do Pavão - Coleção 2 em 1 reedita clássicos em CD

Ednardo lança disco inédito, 10 anos depois de um silêncio opcional. O compositor cearense, conhecido nos anos 70 com o sucesso da sua música "Pavão Mysteriozo", estava ausente do mercado fonográfico há dez anos. "Sempre me perguntam sobre esse hiato, mas não sou eu que tenho que responder isso e sim os diretores artísticos das gravadoras, os departamentos de marketing. Não foi opção minha ficar anos sem gravar". Neste ano, Ednardo rompe esse silêncio e lança Única Pessoa, pelo selo GPA Music, distribuído pela Ouver Records. ...

O novo álbum é, segundo o compositor, um projeto que estava gravado há quase dois anos. "Há muito tempo eu tinha vontade de fazê-lo. Sempre coloquei nos meus discos músicas de outros compositores e quando fui convidado a criar esse trabalho, disse que queria fazer um disco de intérprete." O seu produtor, Guti Carvalho, insistiu para que Única Pessoa tivesse, ao menos, uma composição de Ednardo, felizmente o músico cedeu. De sua autoria é a faixa que dá nome ao disco, feita com Chico César. ... A coleção 2 em 1 reedita clássicos em CD, Ednardo considera "Berro" e "O Azul e o Encarnado" albuns inéditos, justamente porque foram ignorados pelo mercado ainda na época interessado apenas na trilha de Saramandaia e ao disco "O Romance do Pavão Mysteriozo". ...(RICARDO ANISIO)


O ESTADO DE SÃO PAULO - Caderno 2 - São Paulo, quarta-feira, 21 de Fevereiro de 2001

A VOLTA DO PAVÃO MYSTERIOZO

Após dez anos sem lançar discos, além do inédito Única Pessoa, Ednardo volta às prateleiras com os relançamentos de Berro, de 1976, e Azul Encarnado, de 1977, da coleção 2 em 1, há pouco tempo editada pela gravadora BMG. O terceiro e fundamental relançamento é a trilha da novela Saramandaia, de 1976. ...

Neste ano, Ednardo rompe esse silêncio e lança Única Pessoa, pelo selo GPA Music, distribuído pela Ouver Records. O novo álbum é, segundo o compositor, um projeto antigo. Estava gravado há quase dois anos. "Há muito tempo eu tinha vontade de fazê-lo. Sempre coloquei nos meus discos músicas de outros compositores e quando fui convidado a criar esse trabalho, disse que queria fazer um disco de intérprete." O seu produtor, Guti Carvalho, insistiu para que Única Pessoa tivesse, ao menos, uma composição de Ednardo. De sua autoria é a faixa que dá nome ao disco, feita com Chico César. No repertório, composições de autores muito e pouco conhecidos. Entre eles, Chico Buarque (Futuros Amantes) e Bebeto Alves e Totonho Villeroy (Sinal dos Tempos). "Quis, então, pinçar compositores de vários lugares do Brasil, desregionalizar, desmistificar essa divisão territorial, essa coisa de dizer que a música é do Ceará ou do Rio Grande do Sul." ...

Essa foi justamente uma das questões presentes no começo da sua carreira, no início dos anos 70. "É chato essa coisa de embalar a música em determinados escaninhos de classificação. Quando chegamos a São Paulo, as pessoas não sabiam como nos identificar e nos chamavam de o Pessoal do Ceará (os artistas Rodger, Tétty, Fagner, Belchior, Fausto Nilo, Amelinha e outros)", recorda. "O importante é que naquele momento a nossa criação foi muito espontânea, assim como a aproximação do público e da mídia. O período estava muito fértil musicalmente, tanto que apareceram os Novos Baianos, Alceu Valença, Geraldo Azevedo. " Durante esse hiato sem discos e promovendo shows, Ednardo fez trilhas para cinema, entre elas, Luzia Homem, de Fábio Barreto, Tigipió. e Calor da Pele, ambos de Pedro Jorge de Castro (JANAINA ROCHA)


O POPULAR - Caderno 2 - Goiania, segunda-feira, 19 de fevereiro de 2001

Canto de amor na volta de Ednardo - Artista dá chance a novos compositores

O novo disco de Ednardo é comedido. Nada de experimentalismos e viagens temáticas. Os arranjos parecem milimetricamente preparados para receber as composições estrangeiras. Uma espécie de festa para convidados, “para cantar o amor”, como ele mesmo define. Ednardo gravou compositores de norte a sul do Brasil, além de registrar a parceria mineira de Milton/Fernando Brant (Fruta Boa) e dar um toque elegante com naipes de flugelhorn e sanfona à inesquecível Futuros Amantes, de Chico Buarque.

Há de tudo um pouco: blues em Sinal dos Tempos (Bebeto Alves/Totonho Villeroy) com participação especial de Belchior; tango incidental em Poema Imortal (Lauro Maia e Humberto Teixeira) e ritmos nordestinos, é claro, na maior parte das faixas, com destaque para aquelas compostas por seus conterrâneos Rogério Soares, Chico Pio, Regis Soares e Neudo. Trata-se de novos, bons e ainda desconhecidos compositores. O disco conta também com participações nobres tanto em letra quanto em voz. O poeta Antônio Cícero se juntou ao goiano Orlando Moraes para escrever a faixa Dita, que ficou com uma pegada levemente bluesy. Dos ares latinos, Ednardo trouxe a compositora Maria Tereza Lara, de quem canta Noche de Ronda. E de Catolé do Rocha (PB), Ednardo chamou ninguém menos que Chico César para a parceria na faixa que nomina o CD. Mais que relembrar os tempos de Pavão Mysteriozo, Artigo 26, A Palo Seco, Carneiro e Enquanto Engoma a Calça, o novo trabalho do artista cearense traz um quê de saudade de uns nem tão distantes, mas bons tempos. (EDSON WANDER)


CLIQUE MUSIC - www.cliquemusic.com.br - Rio de Janeiro, segunda-feira, 22 de janeiro de 2001

Ednardo está de volta com cinco discos de uma vez só

Cantor e compositor cearense grava novo CD e até o final do ano, tira do arquivo dois inéditos e acompanha o relançamento de dois LPs pela BMG. Uma das vozes egressas do Nordeste nos anos 70, ao lado de Belchior, Alceu Valença, Geraldo Azevedo, Zé Ramalho, Elomar, Vital Farias, Xangai e tantos outros, Ednardo estava há dez anos sem gravar. Agora, ele rompe o jejum lançando Única Pessoa pelo selo GPA Music, disco de intérprete, em que deixou de lado (por ora) sua celebrada vertente de compositor (quem é que não conhece sua Pavão Mysteriozo?). Mas não é só. Até o fim do mês, a BMG relança, na série 2 em 1, os velhos vinis Berro (1976) e O Azul e o Encarnado (1977) num só CD. Além desses, o compositor revela a CliqueMusic que já tem prontos outros dois discos, um ao vivo no Teatro Tuca (SP) e outro apenas com trilhas sonoras que já compôs para filmes nacionais, como Luzia Homem (Fábio Barreto), Tigipió e Calor da Pele (ambos de Pedro Jorge de Castro). (RODRIGO FAOUR)


CLIQUE MUSIC - www.cliquemusic.com.br - Rio de Janeiro, segunda-feira, 22 de janeiro de 2001

Ednardo "Única Pessoa" /Cotação: Bom

É um disco de intérprete, sim, mas de um artista que estava há muito tempo e injustamente sendo deixado de lado do cenário. Não só como compositor, mas também como músico, Ednardo exerceu sobre a música brasileira uma significativa influência, cujo arco de abrangência pega do maranhense Zeca Baleiro ao punk-brega Wander Wildner. Em Única Pessoa, seu primeiro disco em uma década, pode se resgatar um pouco de sua aventura nos anos 70, que era a tentativa de desenvolver uma espécie de folk à brasileira, com letras bem pessoais e poéticas.

Ednardo apresenta boa variedade de idéias no disco - há um quê de tango em Poema Imortal (de Lauro Maia e Humberto Teixeira), divagações poéticas em moldura blues-jazzística na faixa Dita (de Antônio Cícero e Orlando Moraes) e ritmos do Norte brasileiro em Da Minha Terra e Ave de Arribação. O maior risco que ele assume é ao reler o monumento de Chico Buarque, Futuros Amantes - a gravação convence, com sotaque mais pop e elegantes toques de sanfona e trumpete. Agradável, Única Pessoa não é assim um disco que vá mudar muita coisa na MPB, mas também não vai fazer feio entre o público de Ednardo - um gosto dos bons tempos restou. (SILVIO ESSINGER)


O POVO - Vida & Arte - Fortaleza, sexta-feira, 05 de janeiro de 2001

O retorno de Ednardo

Há 28 anos, Ednardo foi um dos responsáveis pela revelação da geração de artistas cearenses que ficou conhecida como `Pessoal do Ceará'. Ao lado de Fagner e Belchior, formou a tríade de cantores/compositores de maior sucesso do Ceará. Nesta virada de milênio, o cantor e compositor cearense Ednardo resolveu tirar da manga sua mais nova cartada: o CD Única Pessoa, que acaba de chegar às lojas. Há nove anos sem lançar disco - o último foi o LP Rubi - Ednardo Ao Vivo -, Ednardo fez a opção de não lançar um trabalho novo. Ele fez questão de adiantar que teria bastante material para isso, pois tem cerca de 80 composições - seu último trabalho inédito foi Libertree, de 1984. Durante este período, Ednardo escreveu três trilhas sonoras, que permanecem fora de catálogo, e não parou um só minuto de fazer shows por todo o País. ...

Para o novo CD, o cearense de 55 anos escolheu fazer um disco de intérprete, que reúne composições de diversos autores, entre os quais alguns conterrâneos, como seus irmãos Régis e Rogério Soares, e Chico Pio, resgatou uma parceria de Lauro Maia e Humberto Teixeira, entre regravações de monstros sagrados como Milton Nascimento e Chico Buarque. O disco traz apenas uma composição de sua autoria, justamente a faixa-título, ``Única Pessoa'', que marca o início da parceria Ednardo e Chico César. O paraibano radicado em São Paulo é um dos nomes da geração anos 90 da MPB que mais cita Ednardo como influência musical na sua carreira. ``Única Pessoa'' também serviu de fio condutor para a escolha das outras composições do disco. Assim, o novo CD reúne canções que falam basicamente de amor, nas visões mais diversas dos diferentes letristas/poetas e compositores escolhidos. ... (LUCIANO ALMEIDA FILHO)


DIÁRIO DO NORDESTE - Caderno 3 - Fortaleza, sexta-feira, 05 de janeiro de 2001

Dez anos pra falar de amor

O cantor e compositor Ednardo é um dos ícones da música brasileira. Junto a Fagner e Belchior, ele formou o que se convencionou chamar de “O pessoal do Ceará” que, no início dos anos 70, levou as sonoridades das terras de Alencar para o restante do Brasil. O resto é história. ...

Após 10 anos de silêncio fonográfico, o cantor volta à cena lançando “Única Pessoa”, CD que reúne 12 canções de vários compositores entre os quais a dupla Milton Nascimento/Fernando Brant (“Fruta Boa”), Chico Buarque (“Futuros Amantes”) e o conterrâneo Lauro Maia numa parceria com Humberto Teixeira (“Poema Imortal”). “Foi no paradoxo de interpretar músicas de outras pessoas que eu achei o fio condutor desse disco”, informa o cantor. Mas ao contrário do que possa parecer numa primeira audição, “Única Pessoa” não pode ser catalogado como um disco de covers de canções brasileiras, mas como um trabalho musicalmente bem elaborado do autor... O disco tem o mérito de trazer à luz um dos bons compositores da nossa música que já nos brindou com pérolas como “Ingazeiras” e a psicodélica “Pavão Mysterioso”. Enquanto isso, os fãs vão poder matar a saudade debulhando aos poucos este “Única Pessoa”. ... (ROBERTO VIEIRA)